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Notícias
07-01-2013 |
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Resultados |
Mais da metade dos recém-formados em Medicina no Estado de São Paulo foi reprovada no exame do Cremesp |
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O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) realizou, em 11 de novembro de 2012, o Exame do Cremesp voltado a todos os formandos de Medicina. Dentre 2.411 participantes, formados em escolas médicas do Estado de São Paulo, 54,5% foram reprovados no Exame do Cremesp, pois acertaram menos de 60% da prova, ou seja, menos de 71 das 120 questões (Quadro 1). O Exame contou com a presença de 2.525 egressos das 28 escolas médicas paulistas que funcionam há mais de seis anos. Desses, 114 tiveram suas provas invalidadas. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (6/12), às 11 horas, em entrevista coletiva, concedida por Renato Azevedo, presidente do Cremesp; Bráulio Luna Filho, primeiro secretário e coordenador do Exame, e pelo conselheiro Reinaldo Ayer de Oliveira. Quadro 1 – Participantes aprovados e reprovados no Exame do Cremesp 2012* Participantes Número** Aprovados Reprovados % reprovação Formados em Escolas Médicas do Estado de São Paulo 2.411 1.098 1.313 54,5% * Não foram considerados os participantes formados em escolas médicas fora de São Paulo ** Provas válidas No total, 2.943 recém-formados se inscreveram no Exame do Cremesp. Desses, 71 (2,5%) não compareceram. Dos 2.872 presentes, 119 (4,2 %) tiveram suas provas invalidadas (114 de São Paulo e 5 de outros Estados) – sendo que 86 boicotaram o exame, assinalando letra “b” em todas as questões, e 33 apresentaram provas com outros padrões de respostas inconsistentes. As provas invalidadas não foram consideradas na apuração dos resultados. Também compareceram ao Exame recém-formados de 51 diferentes cursos de medicina de outros Estados (342, do total de 2.872 presentes). Como irão se registrar no Cremesp e atuar no Estado de São Paulo, eles também fizeram a prova. O objetivo principal do Exame do Cremesp é avaliar o ensino médico no Estado de São Paulo. Por isso, para alguns resultados, não foram considerados os participantes formados em outros estados. A prova contou com 120 questões objetivas de múltipla escolha que abrangem problemas comuns da prática médica, de diagnóstico, tratamento e outras situações, em nove áreas básicas: Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, Pediatria, Ginecologia, Obstetrícia, Saúde Mental, Epidemiologia, Ciências Básicas e Bioética. A nota de corte utilizada pelo Cremesp é 6, ou seja, para aprovação o participante deve acertar pelo menos 72 questões. O exame foi aplicado pela Fundação Carlos Chagas. O desempenho dos participantes pode ser medido conforme áreas do conhecimento médico (Quadro 2). Abaixo de 60% de acertos, o resultado por área de conhecimento é considerado insatisfatório pelo Cremesp. O Exame do Cremesp de 2012 demonstra que há deficiências na formação dos estudantes em campos essenciais do conhecimento médico. Chamou a atenção o baixo índice de acertos em Saúde Mental (média de 41% de acertos), Saúde Pública (46,1%), Clínica Médica (53,1%) e Ginecologia (55,4%). Quadro 2 – Áreas de conhecimento e médias de acertos* Áreas de conhecimento Médias (% de acertos) Saúde Mental 41,0 Saúde Pública 46,1 Clínica Médica 53,1 Pediatria 55,3 Ginecologia 55,4 Ciências Básicas 61,0 Obstetrícia 63,1 Clínica Cirúrgica 66,7 Bioética 66,9 *Foram consideradas 2.753 provas válidas Escolas privadas tiveram menor média de acertos No resultado do Exame do Cremesp de 2012, de acordo com a natureza das escolas médicas, considerando 2.753 provas válidas, verificou-se que a média (percentual de acertos da prova) foi maior entre os cursos de medicina públicos (63,74 % de acertos), quando comparados com os participantes oriundos de instituições privadas (54,38 % de acertos). Encaminhamentos As notas individuais serão encaminhadas confidencialmente a cada participante. As escolas médicas terão um relatório pormenorizado de desempenho de seus alunos por área do conhecimento, preservando a identidade dos formandos. Também receberão relatório sobre o Exame do Cremesp os Ministérios da Educação e da Saúde, o Conselho Federal de Medicina, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Diante dos resultados apresentados nos quais 54,5% dos participantes foram considerados reprovados no Exame do Cremesp 2012, d’Avila afirmou que os conselhos regionais entendem que a qualidade dos cursos de Medicina não é satisfatória. Concordou também que há que se fazer uma avaliação dos alunos, defendendo a autonomia do Cremesp em realizar o Exame. No entanto, ele apontou que não há consenso entre os CRMs sobre a metodologia adotada pelo Exame do Cremesp. O CFM e os CRMs defendem um exame de progresso, com prova prática incluída e avaliação do sistema formador. “Precisamos debater mais entre os CRMs sobre a criação de uma prova obrigatória para obtenção do registro profissional porque não estamos convencidos de que um exame de ordem estabelecido por lei irá melhorar a qualidade do ensino ou deter a abertura desenfreada de escolas médicas”, declarou. Renato Azevedo Júnior, presidente do Cremesp, esclareceu que este Conselho não é contra o exame de progresso ou de final de curso, mas que sua realização é de competência das escolas ou do Ministério da Educação (MEC). “Acreditamos que quem não acerta 60% das questões do Exame do Cremesp tem problemas de formação.” afirmou. Fotos: Osmar Bustos |