Os médicos de São Paulo decidiram paralisar o atendimento eletivo aos planos de saúde de 10 a 18 de outubro como protesto contra práticas abusivas das empresas e a defasagem inaceitável dos procedimentos médicos. Em reunião na sede da Associação Paulista de Medicina (APM) em 17 de setembro, as lideranças do movimento aprovaram a suspensão do atendimento ao grupo de operadoras que sequer aceitou negociar com a classe médica ou não enviou propostas concretas até o momento. São elas: 1. Green Line 2. Intermédica 3. Itálica 4. Metrópole 5. Notredame 6. Prevent Sênior 7. Santa Amália 8. São Cristóvão 9. Seisa 10. Trasmontano 11. Universal Um novo grupo será anunciado até a data da paralisação. Enquanto isso, a comissão de negociação continua à disposição das empresas para receber propostas. O diretor de Comunicação do Cremesp, João Ladislau Rosa – que participa das reuniões das lideranças do movimento em SP – informou que as operadoras e seguradoras que não apresentarem propostas adequadas à categoria nos próximos dias serão incluídas neste segundo grupo. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), a APM, os Sindicatos dos Médicos, a Academia de Medicina de São Paulo e as Sociedades de Especialidade iniciam agora um grande trabalho de mobilização da classe no sentido de organizar os médicos para os protestos agendados. A pauta de reivindicações do movimento médico paulista inclui consultas a R$ 80, atualização dos valores dos procedimentos conforme a CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos) e inserção nos contratos de critério de reajuste a cada 12 meses, além de autonomia profissional para prescrição de exames e procedimentos.
O movimento médico conta ainda com o apoio da sociedade, no que diz respeito à assistência oferecida pelas operadoras de planos de saúde e à interferência na autonomia profissional. Estudo da Associação Paulista de Medicina (APM) realizado pelo Instituto Datafolha, mostra que 77% dos usuários de planos de saúde no Estado de São Paulo enfrentaram problemas no atendimento, como superlotação e longas esperas nos hospitais. O estado concentra hoje o maior número de beneficiários de planos de saúde do país, com um universo de 10 milhões de pacientes da saúde suplementar.
Sobre os médicos e prestadores de serviço, a percepção de 66% dos usuários é de que os planos colocam restrições em diversas etapas para realização de exames de maior custo e, para (53%), de que os planos restringem o tempo de internação hospitalar ou UTI. Mais de 60% dos usuários ainda afirmam ter a imagem de que os planos de saúde pagam aos médicos um valor muito baixo por consulta ou procedimento.
Fontes: Cremesp/APM/CFM Veja também: Protesto Nacional Contra abusos praticados por planos de saúde, médicos de todo país farão mobilizações entre 10 e 25 de outubro
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