O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), preocupado com o acolhimento dos alunos ingressantes nos cursos de Medicina e com a eventual ocorrência de trotes, assédio moral e sexual, e outras formas de violência, editou, por meio de sua Câmara Temática Interdisciplinar sobre Violência nas Escolas Médicas (Camtivem), as recomendações dispostas abaixo, dirigidas aos alunos e às instituições.
A Camtivem foi criada em outubro de 2015 com o objetivo de estudar as questões relacionadas à violência recorrente nas escolas médicas, como trotes, jogos, festas, assédio moral e sexual.
As faculdades de Medicina do Estado foram convidadas a integrar a Câmara e, aquelas que participaram, colaboraram na elaboração da recomendação abaixo, visando ações preventivas para recepção ao estudante de Medicina.
O Cremesp solicita empenho das instituições na implantação das medidas propostas, trabalhando para garantir à comunidade estudantil uma formação mais humanista, ambiente saudável, congregativo e não violento.
Recomendações para a boa prática de recepção aos primeiranistas de Medicina:
1. Conscientizar a instituição de ensino de que ela é a responsável pelo acolhimento dos estudantes e de seus pais no momento da recepção, disponibilizando no site da respectiva escola a programação e eventuais orientações;
2. Distribuir o Código de Ética do Estudante de Medicina na semana de recepção aos ingressantes (também acessível no site do Cremesp), se possível, com a presença de Conselheiro ou Delegado do Cremesp como forma de aproximação entre o Conselho e o futuro médico;
3. Estimular o apadrinhamento dos ingressantes pelos estudantes de segundo ano. Que estes alunos ajudem os primeiranistas a se localizarem na escola, a conhecer o ambiente e auxiliá-los em suas necessidades iniciais;
4. Ter um documento com assinatura dos estudantes responsáveis pela festa de recepção, entregue à direção da escola;
5. Providenciar uma lista de estudantes que se disponham a ser “Carona Solidária” e que essa lista seja encaminhada aos pais e à direção da escola;
6. Disseminar que o sucesso das festas de confraternização é incompatível com a prática conhecida como “open bar”;
7. Disponibilizar serviço de ouvidoria, autônomo e independente, preservando o anonimato e privacidade do reclamante;
8. Promover a realização de palestras sobre saúde mental do estudante de Medicina levando informações aos alunos e seus pais.
Tags: violência, escolas médicas, alunos, universidades, assédio.
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