
As informações fazem parte de uma pesquisa que o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) está realizando sobre o Perfil do Médico. No dia 9 de outubro o Cremesp divulgou um levantamento sobre denúncias e processos contra médicos.
Nesta quarta-feira, 31 de outubro, está agendado o lançamento de um estudo sobre o Mercado de Trabalho do Médico. Nas próximas semanas serão apresentados mais dois: Especialidades Médicas e Ensino Médico.
Acompanhe as principais conclusões do estudo sobre o perfil do médico do Estado:
1 - Pela primeira vez, mulheres são maioria entre os novos médicos inscritos A inscrição de novos médicos no Cremesp revela uma mudança histórica: entre os 3.030 formandos que se inscreveram em 2006, 1.568 eram mulheres e 1.462, homens. Pela primeira vez no Estado, as mulheres se tornaram maioria: 51,75% dos que se iniciaram na carreira eram médicas, 48,25% eram médicos. No conjunto, a profissão médica ainda é predominantemente masculina. Dentre 92.558 médicos inscritos no Cremesp, 35.500 são mulheres e 57.058 são homens. As mulheres representam 38,35%, os homens 61,65%. 2 - Há cada vez mais médicos jovens no mercado de trabalho Mais de um quarto dos médicos ou 28,67% está no exercício da profissão há nove anos ou menos. Metade desse grupo, ou 14,42% do total de médicos, trabalha há quatro anos ou menos. A média de idade dos médicos é de 42 anos. 3 – Número de médicos cresce duas vezes mais que a população De 1980 a 2006, a população do Estado de São Paulo cresceu 63,94%, enquanto o número de médicos em atividade aumentou 247,41%. A população passou de 25.042.074 para 41.055.761 e o contingente de médicos subiu de 26.630 para 92.558. Em 1980, havia 1,06 médico por mil habitantes, ou 940,4 moradores para cada médico. Hoje a taxa no Estado é de 2,3 médicos por mil habitantes, ou 444 moradores para cada médico. 65% dos médicos do Estado estão morando – e provavelmente atuando – onde residem 41% da população. 4 - Estado de São Paulo concentra mais médicos que Canadá. Botucatu, Santos e Ribeirão Preto têm as maiores concentrações de médico do mundo Seis cidades do Estado de São Paulo têm mais de quatro médicos por mil moradores: Botucatu tem 6,10 médicos por mil habitantes, a maior taxa. Santos tem 5,94 médicos por mil. Em seguida vêm Ribeirão Preto, com 5,70 médicos para cada mil habitantes; Campinas, com 4,84 médicos por mil; São Caetano do Sul, com 4,45 por mil; São José do Rio Preto, que tem 4,30 médicos por mil habitantes e São Paulo, com taxa de 3,96. Mas existem 136 municípios paulistas que não têm médico morando em seu território. Ao comparar a taxa de médicos por mil habitantes em São Paulo com 30 países selecionados, as três cidades campeãs de concentração de médicos no Estado (Botucatu, Santos, Ribeirão Preto) têm taxa superior a todos os países analisados. Ou seja, estão entre as maiores concentrações de médicos do mundo. Campinas e São José do Rio Preto só perdem para a Grécia, sendo que as duas cidades concentram mais médicos que a Bélgica. Já a cidade de São Paulo está à frente de Itália, Espanha e Suíça dentre outros países. O Estado de São Paulo, como um todo, concentra mais médicos que o Canadá. 5 - Menos de 40% dos médicos cursaram Residência Médica Dentre os médicos em atividade no Estado de São Paulo 61 % não cursaram Residência Médica. Este dado refere-se ao universo de médicos formados entre 1996 e 2005, com registro da informação (se tem ou não Residência) na Comissão Nacional de Residência Médica e no Conselho Federal de Medicina. A Residência Médica não é obrigatória. Foi instituída em 1977 pelo Decreto Federal nº 80.281 e, segundo o MEC, constitui uma modalidade de ensino de pós-graduação destinada a médicos, sob a forma de curso de especialização, funcionando em Instituições de Saúde, sob a orientação de profissionais médicos de elevada qualificação ética e profissional, sendo considerada o melhor instrumento para a especialização médica. O programa de Residência Médica cumprido integralmente dentro de uma determinada especialidade, em instituição credenciada pelo MEC, confere ao médico residente o título de especialista. Outra forma de obter o título de especialista é por meio de avaliação (concurso de título) das Sociedades de Especialidades Médicas filiadas à Associação Médica Brasileira. São Paulo se traduz num pólo de atração, com uma porcentagem ainda pequena de migrantes de outros Estados nas escolas médicas de graduação (5%), subindo na Residência Médica (19%) e ocupando mais de um terço dos profissionais inscritos no Cremesp. Dentre os médicos que atuam em São Paulo 38% formaram-se em outros Estados. Quase metade dos médicos formados em São Paulo nos últimos 10 anos nasceram em outros Estados. São Paulo tem 1.732 médicos estrangeiros inscritos no Cremesp, sendo o maior número de bolivianos (426), portugueses (223) e peruanos (152). Acompanhe as principais conclusões do estudo sobre denúncias e processos contra médicos ocorridos durante o período de 2000 a 2006: 1 - Em sete anos, o número de médicos denunciados no Cremesp aumentou 75% e o número de processos em andamento cresceu 120% 2 - 35% das denúncias e 43% dos processos contra médicos estão relacionados a suposta má prática profissional (negligência, imperícia ou imprudência do médico) 3 - Dentre as especialidades médicas, a cirurgia plástica é a aquela com a maior Taxa de Processos 4 - Os médicos são duas vezes mais processados que as mulheres médicas 5 - O Cremesp leva a julgamento, em média, mais de um médico por dia; em sete anos, 1.250 médicos foram punidos após o julgamento 6 - Os médicos que cometeram infrações éticas (e que, por isso, receberam algum tipo de pena após o julgamento) correspondem a 1,4 % dos médicos em atividade no Estado de São Paulo
ÍNTEGRA: PERFIL DO MÉDICO ÍNTEGRA: DENÚNCIAS E PROCESSOS RELACIONADOS AO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA MEDICINA NO ESTADO DE SÃO PAULO NO PERÍODO DE 2000 A 2006
Mais informações: Assessoria de Imprensa do Cremesp (11) 3017-9364 e 3123-8703
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