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Notícias
31-03-2006 |
I Congresso do Cremesp: 31/03 |
Acompanhe imagens e resumo das palestras no 2º dia do encontro |
Com a palavra, Jamil Murad alertou para a questão dos direitos reprodutivos: “ela deve ser debatida por toda a sociedade, que deve pressionar o Congresso Nacional a tomar uma decisão a respeito. Sabemos que essa decisão não será imediatista, pois trata-se de um assunto polêmico, mas nós médicos temos que resolver este problema, pois o número de mulheres vítimas por abortamentos clandestinos é muito alto. Não podemos esquecer que elas são vítimas de pessoas sem preparo, inescrupulosas. Muitas mulheres morrem, deixando crianças órfãs". Jefferson Drezett iniciou sua palestra sobre Direitos Reprodutivos definindo saúde reprodutiva como “o estado de completo bem-estar físico, mental e social em todas as matérias concernentes ao sistema reprodutivo, suas funções e processos”. Drezett lembrou que os direitos sexuais e reprodutivos começaram a ser normatizados já na assembléia de criação da ONU (Organização das Nações Unidas) em 1948, citados na Conferência Mundial de Direitos Humanos e na Conferência Mundial da Mulher em Pequim, em 1995. “O objetivo da normatização é a inclusão de ações concretas na prática dos profissionais de saúde”. Rosângela Talib discursou sobre Projeto de Lei sobre Interrupção Voluntária da Gravidez. Segundo ela, que pertence a uma entidade católica não-governamental defensora do direito de decisão das mulheres, “a defesa não é pelo aborto, gostaria que nenhuma mulher precisasse abortar. A luta é pela assistência, pela saúde da mulher e pela autonomia sobre seu corpo”. A palestrante comentou, ainda, sobre a Comissão Tripartite, que elaborou um projeto para a legalização dos abortos, cuja proposta incluía: aborto permitido pelo simples fato de a gestante desejar, sem motivo aparente, por até 12 semanas de gestação; aborto permitido até 20 semanas, no caso de violência, mal-formação, risco à saúde da gestante; a possibilidade do representante legal decidir no caso de a gestante ser menor. Talib finalizou sua apresentação lamentando não haver expectativa de discussão legislativa para a legalização do aborto (nesses casos), neste ano: “estamos em tempo de eleição; a legislação não vai ser discutida porque os candidatos não querem associar seus nomes ao tema.” Após uma experiência profissional, a eutanásia gerou no Prof. Áureo Del Giglio uma polêmica interna. Ao invés de dizer se é contra ou a favor da eutanásia, Giglio apresentou outra questão: “precisamos da eutanásia?” A eutanásia é praticada ao longo do tempo e com diferentes conceitos e objetivos. Em resumo, a eutanásia acontece quando o paciente ou seus familiares pedem para morrer, fora disso é assassinato, segundo o professor. Mas, o que leva um paciente pedir para morrer? Giglio apresentou algumas causas: dores e outros sintomas, depressão e medo de se tornar um fardo para os parentes. Um familiar pede eutanásia quando está exaurido fisicamente e psicologicamente. Giglio contesta: “para todos os motivos há cuidados paliativos que eliminariam a eutanásia”. E conclui: “É preciso dar tratamento e cuidados paliativos para o paciente e atenção para os familiares, para que ninguém peça para morrer”. Metodologicamente, Fabri dos Anjos, apresentou o conceito de confidencialidade e sua relação com outros conceitos como: intimidade, privacidade e confiabilidade. Segundo o palestrante, o contexto atual político permite uma reflexão sobre o assunto, trazendo para a área médica um aumento de dilemas, obrigando uma formação de critérios. “Confidencialidade deve ter limitações. Cabe aos profissionais argumentar propostas de normas de confidencialidade em suas respectivas áreas, sem deixar de respeitar a autonomia das pessoas. É preciso entender a responsabilidade social para garantir um ambiente de confidencialidade”, enfatizou Fabri dos Anjos. Encerrando o último bloco de palestras da noite, foram abordados os seguintes temas: Os Perigos da Internacionalização da Amazônia e Conflitos em Ética Médica. |