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EDITORIAL
É inquestionável a necessária revalidação do diploma p/que o médico estrangeiro atue no país


ENTREVISTA
Em conversa informal, Eliana Gonçalves e Itiro Shirakawa falam do novo modelo para a Saúde Mental


ATIVIDADES DO CREMESP 1
Em Opinião de Conselheiro, Renato Azevedo Jr o movimento pela CBHPM


CRISE
Sta. Casa de Franca: autoritarismo gera moção pública do Cremesp


ATIVIDADES DO CREMESP 2
Atenção: médicos do SAMU devem exercer a função com dedicação exclusiva


ATIVIDADES DO CREMESP 3
Confira os módulos de Educação Continuada do Cremesp já preparados para o interior do Estado


EXERCÍCIO PROFISSIONAL
Médicos estrangeiros podem ter seus diplomas revalidados automaticamente. E a qualificação profissional?!?


GERAL 1
Projeto que regulamenta o exercício da Medicina no país segue para a Câmara


ATUALIZAÇÃO
Surtos de dengue: crescimento da doença deve ser combatido com informação


DIA INTERNACIONAL DA MULHER
O enorme desafio de ser mulher, mãe, médica e conselheira do maior CRM do país...


ACONTECEU
Confira as novas diretorias dos CRMs do RJ, PR, Sta. Catarina e R.G. do Sul


ALERTA ÉTICO
Dúvidas sobre os seus direitos e de seu paciente? Esclareça agora...


GERAL 2
A crise no hospital Emílio Ribas em razão de sua reforma estrutural e física


HISTÓRIA
Centrinho de Bauru: 40 anos de dedicação a pacientes com doenças congênitas


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Edição 234 - 02/2007

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

O enorme desafio de ser mulher, mãe, médica e conselheira do maior CRM do país...


Mulher, mãe, médica e conselheira

As três conselheiras do Cremesp – Marli, Patrô e Ieda – contam como é possível exercer todos esses papéis ao mesmo tempo

Controvérsias à parte, a maioria das mulheres assegura: não é fácil ser mulher, mãe e profissional. E quando se é médica e, além de tudo, conselheira do maior CRM do país? Dá para exercer os quatro papéis ao mesmo tempo? Para responder essas questões e lembrar o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, ouvimos as três conselheiras – entre 42 conselheiros – do Cremesp, Ieda Therezinha do Nascimento Verreschi, Marli Soares e Maria do Patrocínio Tenório Nunes (Patrô). A inserção da mulher no campo profissional é abordada por elas sob diferentes ângulos. Marli não vê nenhum obstáculo às mulheres e tem ressalvas à comemoração do Dia da Mulher. Ieda e Patrô, com muita diplomacia, apontam alguns preconceitos. Mas todas garantem: com garra e luta dá para exercer todos esses papéis, literalmente de salto alto.

Ieda Therezinha do Nascimento Verreschi

Ieda formou-se em 1966 na Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Casada com o médico Décio Verreschi, tem dois filhos, Maurício, 36 anos, psiquiatra; e Henrique, 34 anos, que trabalha com gestão empresarial; e uma neta, Giulia, de um ano e sete meses.

Seu vasto currículo é coroado pelo cargo de professora associada da disciplina de Endocrinologia do Departamento de Medicina da Unifesp. Ex-professora visitante da Universidade Autônoma de Madri, sua preocupação com a causa das mulheres fica evidente em outro cargo que ocupa atualmente: é presidente da Associação Brasileira das Mulheres Médicas - Regional São Paulo. “Como tudo no Brasil, o preconceito contra a mulher é velado”, observa Ieda. As mulheres, na sua opinião, atualmente têm as mesmas oportunidades que os homens. Porém, ressalva, os cargos de chefia ainda são ocupados predominantemente por homens, “com honrosas exceções”. 

Obstáculos por ser mulher? Ieda cita exemplos. Na faculdade, não pôde entrar em um grupo de discussão de casos, formado apenas por colegas homens, porque o professor a tratava mal e a hostilizava. No início da carreira, ao disputar uma vaga com um colega, foi pressionada a não competir porque seu adversário tinha “por ser homem, características mais apropriadas para o cargo”. A partir daí, “tive consciência de que minha luta teria que ter uma ferramenta a mais. Conquistei todos os cargos ao longo de minha carreira por meio de concursos, com muita luta”.

Casada desde 1969, Ieda garante que não foi difícil conciliar carreira e filhos, pois sempre contou com a ajuda do marido. Para facilitar, sempre morou perto da universidade. “A quantidade de tempo em casa não era tanta, mas havia qualidade”.

O convite para se candidatar ao Conselho surgiu devido a sua intensa participação em órgãos de representação de docentes, entre outros. Por que há tão poucas mulheres conselheiras no Cremesp? “As mulheres têm mais dificuldades para a participação política; é difícil conciliar a dinâmica de reuniões, horários etc”. Mas assegura: “É uma experiência única, recomendo a todo médico imbuído da vontade de melhorar a categoria. Hoje respeito ainda mais o trabalho do Conselho”.


Maria do Patrocínio Tenório Nunes

Ser médica e dar aulas – duas paixões que a conselheira Maria do Patrocínio Tenório Nunes traz da infância para seu cotidiano como professora associada da disciplina de Clínica Geral e Propedêutica do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP. Seu extenso currículo tornou natural o convite para ser candidata conselheira como representante das escolas médicas. “Na verdade não foi um convite, mas um comunicado”, conta, sorrindo. “Hoje, agradeço, pois para quem trabalha com formação médica, esta passagem pelo Conselho é particularmente enriquecedora, pois contextualiza nossa tarefa de formação de médicos”. É também coordenadora de Residência Médica da FMUSP e representante da Associação Brasileira de Educação Médica na Comissão Nacional de Residência Médica.

Patrô, como é chama pelos colegas, é divorciada e tem dois filhos: Lucas, 18 anos, e Gabriel, 14. Como conciliar carreira e filhos? “Antes, sentia muita culpa, mas depois percebi que não dá para estar em todos os lugares – uma descoberta que envolveu muita dor. Adequar tudo requer muita capacidade de organização e de concentração”, explica.

Há momentos difíceis, relembra, como, por exemplo, no final do ano, quando o filho mais velho prestou vestibular. “Não pude acompanhá-lo porque tive que coordenar a prova de residência médica naquele dia. Senti muito, pois via alguns pais acompanhando os filhos, já médicos formados, no exame de residência, e eu não podia estar com meu garoto tão mais jovem, prestando vestibular”.

Na sua opinião, as mulheres têm muito mais oportunidades que antes, “mas com certeza ainda não há igualdade”. Nota que há um menor número de mulheres em cargos de chefia e com salários inferiores para funções iguais. “A divisão do trabalho doméstico tampouco é igual e isso sobrecarrega as mulheres”. Na medicina, “se fui alvo de preconceito não percebi”. Mas nota, hoje, que em algumas especialidades o ambiente não é muito favorável às mulheres. “Dizem que não servem porque choram ou falam demais”. Muitos pacientes, finaliza Patrô, também estranham ao ver uma mulher cirurgiã, “como se não houvesse ótimas profissionais nessa área; alguns dizem claramente que confiam mais nos médicos”.

Marli Soares

“Por que ter dia? Por que Dia do Negro, do Índio ou da Mulher?” Quem pergunta  Marli, conselheira  diretora-tesoureira, duas filhas: Larissa, 16 anos, e Bárbara, 14. Casada com o médico-cirurgião Douglas Gonçalves e formada pela Faculdade de Medicina de Vassouras, ela própria responde às indagações: “Acho que a existência de um Dia da Mulher é revelador de preconceito. Eu não vivo esse preconceito e não consigo enxergá-lo”.

Marli fez residência em Cardiologia e trabalhou alguns anos na UTI da Beneficência Portuguesa. “Quando as meninas nasceram optei pela clínica médica; foi a melhor opção que fiz. Adoro emergência, mas nesta especialidade não é possível controlar os horários e dar atenção para as filhas”. Atualmente, além de conselheira, trabalha como clínica diarista no PS da Frequesia do Ó e no Hospital Geral da Vila Penteado, ambos em São Paulo, perto de sua casa.

Preconceito por ser mulher? Nunca sentiu. Apenas uma vez, na adolescência, quis fazer cursos de marcenaria – quando criança gostava de fabricar carrinhos de rolimã – e de paraquedismo, mas eram somente para homens “Morri de rir e achei melhor não batalhar por eles”. E assegura: “Tudo que eu quis mesmo fazer eu fiz, sem nenhum obstáculo. A igualdade é cada um quem faz”.

Conciliar vida profissional e familiar não é problema. Segundo Marli, “tempo a gente administra e dá para fazer tudo. Em casa decidimos tudo juntos e todos nos ajudamos. As meninas sabem auxiliar, compreender e reivindicar quando necessário; e o maridão é super compreensivo”.

O convite para a eleição ao Conselho foi uma decorrência natural de sua participação ativa no Sindicato dos Médicos desde recém-formada, no qual foi tesoureira por duas gestões e diretora de Relações Trabalhistas. “Sempre fui uma pessoa de olhar pelos outros e de lutar pela melhoria da saúde”.

Gosta de falar do trabalho como diretora-tesoureira e, como conselheira, acha difícil julgar um colega. “Tenho a vivência do SUS e sei como é o seu cotidiano, seus limites, suas dificuldades e os entraves do sistema, mas sou uma defensora ferrenha do serviço público”.


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