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Teatro Municipal foi palco de homenagem especial aos médicos com mais de 50 anos de profissão


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Cremesp, APMs do ABC e Unimed/ABC homenageiam médicos da região em noite de gala


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O Jornal do Cremesp mostra sonhos e desejos de médicos que amam sua profissão


ATUALIZAÇÃO
Estamos preparados, de fato, para "receber" a gripe aviária no país?


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Edição 230 - 10/2006

ATUALIZAÇÃO

Estamos preparados, de fato, para "receber" a gripe aviária no país?


A gripe, via aérea

Evento internacional discute a influenza e as formas de combate à doença.
Ministério da Saúde tem estratégia definida para evitar a propagação da gripe no Brasil

Qual é a perspectiva de uma pandemia de gripe aviária global? Em quanto tempo? O mundo está preparado para combatê-la? Essas foram algumas questões discutidas durante o congresso internacional ICAAC – Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy 2006, realizado em setembro passado, na cidade de São Francisco, Estados Unidos. Reuniram-se cerca de 12 mil pessoas, entre médicos e pesquisadores. Um dos representantes do Brasil, o infectologista Luiz Jacintho, coordenador do Grupo Regional de Observação da Gripe e professor titular de Infectologia da Unicamp, acredita na possibilidade de uma pandemia global, mas não arrisca um prazo para sua eclosão.

Embora a gripe aviária não tenha chegado ao país, há um plano de medidas para enfrentar uma possível disseminação do vírus H5N1, causador da doença. O Ministério da Saúde, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) elaboraram em parceria as diretrizes sobre influenza (humana e aviária) para profissionais de saúde. Seu conteúdo apresenta o diagnóstico dos vários tipos de influenza, as situações de risco, o tratamento, a vacinação e os procedimentos de vigilância. O acesso ao material pode ser feito pela Internet, mas o CFM e o Ministério pretendem distribuir um CD com essas informações a médicos e outros profissionais da área, além das secretarias estaduais e municipais de saúde. Parte dessas ações são dirigidas especificamente à influenza aviária.

O vírus H5N1 apresentou as primeiras infecções em humanos em 1997, em Hong Kong, reaparecendo de forma mais preocupante em 2003. Os casos detectados somam 103 em todo o mundo. Das pessoas que contraíram a doença, mais da metade morreram. Países da Ásia e Oriente Médio são os principais afetados, com maior número de casos na Indonésia, seguido do Egito e China. Alemanha, França e Inglaterra registraram casos apenas em aves silvestres, que foram controlados com rapidez.  Nenhum caso foi constatado até o momento nas Américas.

No evento de São Francisco foi lembrada a gripe espanhola, no início do século 20, “quando o vírus teria sido passado diretamente de aves para humanos”, conta Luiz Jacintho.  “Mas não surgiram evidências de que o vírus H5N1 tenha sido transmitido de pessoa para pessoa”, esclarece o infectologista.

Além disso, a contaminação pelo vírus na Indonésia e o surto de contaminação de aves na China também foram comentados.
  
Tipos de vírus
O vírus da influenza aviária possui vários subtipos, mas apenas os das linhagens H5 e H7 são causadores das formas mais severas da doença. De todas as variantes que cruzaram a barreira das espécies, o H5N1 provocou o maior número de casos entre humanos. Atualmente, é a variante mais agressiva, infectando humanos que tiveram contato com aves doentes e causando um quadro grave de influenza. Inicialmente provoca infecções no aparelho respiratório, tendo como sintomas mais freqüentes: febre alta, dores musculares, problemas respiratórios e ressecamento da garganta. A doença segue um rápido curso clínico que evolui para pneumonia viral e falência múltipla dos órgãos.

A única maneira de manter a gripe aviária sob controle é monitorar a disseminação de cada surto e a evolução do vírus. Segundo Jarbas Barbosa da Silva Júnior, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, a Organização Mundial da Saúde analisa esses dois fatores para determinar qual é o estágio da doença dentro de uma progressão padronizada em seis fases. Os focos de influenza humana H5N1 registrados até agora colocam o nível de alerta na fase três. Uma pandemia seria declarada na fase seis.
  
Plano de vigilância
Para combater uma possível pandemia de gripe aviária, a OMS desenvolveu em 2003 um plano global de vigilância e controle de todos os tipos de influenza. O Brasil vem implantando as medidas preconizadas; a primeira delas foi a criação do Sistema de Vigilância da Influenza em âmbito nacional. Cada Estado brasileiro possui de duas a quatro “unidades sentinelas”, que são hospitais, postos de saúde e policlínicas que recebem treinamento, equipamentos e kits de coleta de amostras. Seu trabalho é recolher secreções nasais e da faringe de pessoas que tenham sintomas de gripe para verificar os vírus presentes na região.

O Ministério criou também o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) para acompanhar as notificações de emergências epidemiológicas, a partir do alerta de secretarias estaduais e municipais, profissionais e serviços de saúde de todo o país. Ainda dentro do plano de preparação para uma pandemia, o órgão liberou recursos para a instalação de uma fábrica de vacinas contra a gripe no Instituto Butantan, em São Paulo. Além do imunizante contra a gripe sazonal – aplicada anualmente aos maiores de 60 anos – o Instituto também poderá produzir a vacina contra a influenza aviária.

Informações na Internet:



www.saude.gov.br
www.agricultura.gov.br
www.anvisa.gov.br
www.who.int
www.oie.int
www.fao.org
www.opas.org.br


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