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A análise sem preconceito da qualidade do ensino médico - Isac Jorge Filho


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Maria Cristina Cury, secretária municipal de Saúde


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Destaque p/a posse das novas diretorias da AMB e APM


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Inscritos na primeira etapa do exame do Cremesp superou expectativas


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A prevenção e o diagnóstico do câncer de próstata


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Opinião do conselheiro - Lavínio Nilton Camarim e Itiro Shirakawa


GERAL 2
Delegado do Cremesp em Ribeirão Preto, Nelson Okano, é homenageado


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Alerta Ético sobre imperícia


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Médicos do Estado conquistam reajuste salarial


HOMENAGEM
O médico patologista João Paulo Aché de Freitas é o homenageado desta edição


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Edição 218 - 10/2005

HOMENAGEM

O médico patologista João Paulo Aché de Freitas é o homenageado desta edição


Homenagem  João Paulo Aché de Freitas

Dedicação ao ensino e à patologia clínica

Decano da Faculdade de Medicina do ABC, o professor Aché
mantém intensa atividade acadêmica


Aos 77 anos, natural de Ribeirão Preto, formado pela Unifesp-EPM em 1954, o médico patologista João Paulo Aché de Freitas – o doutor Aché – guarda o sobrenome francês herdado do bisavô. Seu avô, Philip Aché, psiquiatra, que também foi prefeito de Uberaba (MG), fundou em Ribeirão Preto o laboratorio Aché, atualmente a maior indústria farmacêutica nacional. É pai de quatro filhos, de dois casamentos, sendo um economista, que faleceu em 1986, um médico e dois biólogos.

Decano da Faculdade de Medicina do ABC, Aché foi convidado em 1970 pelo fundador da instituição, Mario Dein, para assumir a direção do departamento de Patologia. “No começo da faculdade éramos apenas cinco professores: eu, Otto Bias, Wanderley Nogueira da Silva, Leal Prado e Nilceu Marques de Castro. Desses, sou o mais antigo, mas só eu estou vivo”, lembra doutor Aché.

A opção pela patologia

“Ainda na graduação, um professor nosso, Henrique Melani, chegou na sala e disse que seria fundado um grande instituto de câncer, do Antonio Prudente (hoje conhecido como Hospital A. C. Camargo), e que ainda não existia laboratório de patologia no hospital. Por influência de uma tia farmacêutica, eu já gostava do trabalho em laboratório. Foi assim que, juntamente com dois amigos da faculdade, Ferdinando de Queiroz e Jesus de Carlos Machado, optamos pela carreira da anatomia patológica. Além do trabalho no hospital, na escola acompanhávamos o professor Moacir de Freitas, um grande mestre nessa área.”

Após cursar a Residência,  Aché trabalhou 18 anos no hospital do Câncer Antônio Prudente, e ainda dividia o tempo com o trabalho na EPM e no Hospital do Servidor Público Municipal. Em 1957, chegou a se licenciar desses vínculos, para trabalhar um ano na Faculdade de Medicina de João Pessoa, hoje instituição federal.

 “Devo também a minha carreira à orientação de quatro grandes patologistas: Humberto Torlone, Marco Túlio de Assis Figueiredo, Antonio Luis e Afonso Cruz Figueiredo”, diz Aché. Ao explicar sua paixão pela anatomia patológica, Aché não hesita em revelar: “não gosto de ver a pessoa sentindo dor, não me sinto bem em lidar com o sofrimento do ser humano. Lidamos com sangue, fazemos autópsias etc, porém não temos contato tão direto. Mas muitas vezes precisamos conhecer o paciente, o seu caso clínico. A nossa concentração em observar, estudar e diagnosticar a doença visa exatamente ao bem-estar do paciente. Precisamos de certos fundamentos de clínica e de cirurgia para entender o que se passa com ele. Gosto da análise minuciosa, do papel do médico enquanto cientista, que completa o trabalho dos colegas que realizam o primeiro atendimento e fazem o acompanhamento do paciente”.

A Medicina não é mais a mesma

A relação entre médico e paciente, diz Aché, “está cada vez menor, há um distanciamento muito grande”. Ele vê na formação de médicos para o Programa Saúde da Família uma maneira de resgatar a humanização da Medicina. “Hoje a faculdade e o médico só pensam na especialidade. O especialista é fundamental, sobretudo nos grandes centros, mas é preciso mudar essa tendência a menosprezar o generalista, de não olhar mais para o paciente como um ser integral; e é preciso que a Medicina olhe mais para a saúde pública, para o bem da coletividade”.

Quanto à sua área de atuação, Aché ressalta que antes prevalecia o ponto de vista morfológico e hoje, com o advento de tecnologias e o avanço da biologia molecular, a patologia registrou grandes avanços. Aché comenta a falta de investimento em pesquisa nas escolas de Medicina. Algumas escolas tradicionais, afirma, realizam certa pesquisa básica, enquanto a maioria faz no máximo pesquisas clínicas, seja por dificuldades econômicas ou limitação dos docentes. E ressalta: “as escolas dão mais ênfase à atividade profissional e sempre voltada para a especialidade. Temos que mudar a formação, o especialista deve se desenvolver na residência médica, a graduação tem que formar médicos capazes de atender bem os principais problemas de saúde da população”.

Pesquisador e professor ativo

Colaborador do serviço de Registro de Câncer de São Paulo, coordenado pelo professor Antonio Pedro Mirra , da Faculdade de Saúde Publica da USP, Aché também contribuiu com a Organização Mundial da Saúde, em Genebra, na definição histológica dos tipos de tumores de mama. Na época, a OMS havia estabelecido alguns centros para estudar determinados tipos de câncer e estabelecer nomenclaturas oficiais e padronizadas em todo o mundo. Como a equipe da Unifesp integrava o grupo da OMS e, no Hospital A. C. Camargo, Aché era o responsável pelo serviço de mama, foi indicado como consultor da OMS. “Reuni-me com especialistas da Noruega, dos EUA, de diversos países, e estabelecemos uma nomenclatura oficial da Organização Mundial de Saúde que, a partir daí, passou a contar com revisão e atualização permanentes.”

Sobre os registros de câncer, Aché chama a atenção que são fundamentais as pesquisas de incidência da doença relacionadas à localização geográfica dos casos. “É preciso entender, por exemplo, porque no Japão tem mais câncer de mama, se comparado ao sul do Brasil, onde o câncer de esôfago é mais prevalente. Após acompanhar o registro de casos com rigor científico, é possível cruzar com o estudo dos hábitos de vida das pessoas, descobrir porque elas desenvolvem câncer e executar medidas preventivas”, afirma.

Sala de aula, a grande paixão

Sobre o segredo para estar tão ativo aos 77 anos, Aché conta que é devido à vida saudável que leva e ao casamento feliz e duradouro – vive há 30 anos com a atual esposa, a médica Elisabeth Klasina Hajenius. Além de ter sido esportista a vida toda, hoje é campista, pratica camping com freqüência. “E o segredo maior é fazer o que se gosta. E eu adoro lecionar. Repassar um conhecimento acumulado para um jovem aluno é uma atividade extremamente gratificante. Até hoje, quando vou dar aula, sempre penso que sou eu o aluno e que alguém está me ensinando. Como é que eu gostaria que essa pessoa me ensinasse?”


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