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CAPA

EDITORIAL
Programa de Educação Médica Continuada: sucesso absoluto abre portas para outras iniciativas


ENTREVISTA
Presidente do Cosems afirma que prefeituras investem mais que Estados e União no financiamento do SUS


GERAL 1
Heliópolis: residentes têm direito à segurança para exercício pleno da Medicina


EDUCAÇÃO CONTINUADA
Novos módulos estão programados para este segundo semestre. Inscrições gratuitas


GERAL 2
O (triste) cenário da abertura de escolas médicas no país


CONSELHO
A regulamentação da profissão médica: a coleta de assinaturas continua


ENSINO MÉDICO
Exame de Habilitação Profissional: inscrições até 9 de setembro


AGENDA
Destaque para Plenária Temática em Urgência e Emergência


NOTAS
Alerta Ético: a proteção da mulher com vínculo empregatício


TOME NOTA
Parecer sobre procedimentos médico-cirúrgicos oftalmológicos, honorários e custos operacionais


ATUALIZAÇÃO
Burnout: uma forma particular de estresse do setor assistencial


HISTÓRIA
Piragibe Nogueira da Silva: dedicação pela Medicina e pelo São Paulo Futebol Clube


GALERIA DE FOTOS



Edição 215 - 07/2005

GERAL 1

Heliópolis: residentes têm direito à segurança para exercício pleno da Medicina


Médicos querem fim de ala destinada a presos


Na madrugada do dia 25 de julho o Hospital Heliópolis, localizado na zona sul de São Paulo, foi invadido por cinco homens armados, que tentaram resgatar um dos presos internados na ala destinada aos detentos.


Após troca de tiros com a polícia em frente ao pronto-socorro, um dos bandidos foi baleado e os demais fugiram. Por pouco, médicos, profissionais e pacientes não ficaram feridos.

O fato levou os médicos residentes do hospital a entrarem em greve por maior segurança e pela desativação da ala que atende os presos. Essa é terceira tentativa de fuga desde janeiro de 2005, quando a ala penitenciária começou a funcionar. A greve, que mobilizou cerca de 120 residentes, teve o apoio de todos os funcionários do Hospital Heliópolis e das entidades médicas: Conselho Regional de Medicina, Associação Paulista de Medicina e Sindicato dos Médicos de São Paulo.

Até o fechamento desta edição a Secretaria Estadual da Saúde não havia se pronunciado sobre a possível desativação da ala de detentos. “A desativação é necessária. Não faz sentido existir uma ala somente para presos dentro de um Hospital Geral, isso é uma ameaça aos profissionais e à população que busca atendimento no local”, criticou Cid Carvalhaes, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp).

Abaixo, a nota oficial divulgada pelas entidades médicas.

NOTA OFICIAL EM APOIO À GREVE

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e a Associação Paulista de Medicina (APM) apóiam a greve dos médicos residentes do Hospital Heliópolis (respeitadas as condições previstas no Código de Ética Médica), desencadeada em razão de invasão das dependências do pronto-socorro na madrugada da segunda-feira, 25 de julho, para tentativa de resgate de presos em hospital penitenciário montado nas dependências internas do referido hospital.

Em assembléia realizada, sob a coordenação do Cremesp e do Simesp, os residentes decidiram manter a greve e agendar audiência com o governador do Estado, Geraldo Alckmin.

As entidades médicas condenam a implantação da ala para presos feita unilateralmente por parte do governo do Estado, sem nenhuma discussão com entidades médicas, funcionários do Hospital e moradores do bairro. Os presos devem ser atendidos em Hospital Penitenciário e não em um Hospital Geral, pelo qual circulam milhares de pessoas, sem a mínima segurança.

O Simesp, o Cremesp e a APM acionarão a Comissão de Assuntos Institucionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pois entendem que o problema envolve a segurança institucional da população.

Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
Sindicato dos Médicos de São Paulo
Associação Paulista de Medicina

Hospital de Mirandópolis vive dia de medo

Quatro dias depois da cena de violência no Hospital Heliópolis, foi a vez do Hospital Estadual de Mirandópolis, no interior, viver um dia de susto e medo. Por volta das 16 horas de 29 de julho, o Hospital foi invadido por um homem armado com metralhadora no momento em que dois detentos eram atendidos pelo setor de ortopedia. Disparada uma rajada de balas, um policial que fazia escolta aos presos foi ferido com um tiro na cabeça, um funcionário teve a perna transfixada por uma bala, uma paciente foi atingida de raspão no joelho, um médico recebeu um golpe no tórax com o cabo da metralhadora, sem contar prejuízos materiais ao hospital.

Em relato encaminhado ao Cremesp, um médico que presenciou a invasão afirmou: “durante anos estamos sendo obrigados a atender detentos das diversas penitenciarias da região, não há o mínimo de segurança para nosso trabalho. Não me encontro mais em condições psicológicas e físicas para continuar, me sinto assustado, com medo de voltar ao hospital, pois sei que a qualquer momento isso voltará acontecer.” Assim como no caso de Heliópolis, o Cremesp solicitou providências ao Governador do Estado, Geraldo Alckmin e pretende reforçar a mobilização ao lado das entidades médicas para denunciar a situação e exigir soluções.

Artigo

Desalento e indignação

Roberto Godoy*

Desalento. É o que se sente com a situação. Nossa classe política é esta que estamos vendo. A incompetência administrativa e a desonestidade parecem ser a marca registrada. Nossa Justiça não responde aos anseios da sociedade. Nossa assistência à saúde, capenga. Nosso sistema educacional faz com que a cultura média seja alvo tão somente de dó. O descalabro é tão grande que o supremo mandatário do país justifica erros alegando que todos os cometem.

Lembremos que, como mistura de três diferentes culturas, temos mais de 500 anos de existência. Somos um dos maiores países do mundo em extensão e população. Temos uma economia entre as 20 maiores do globo e, no entanto, a distribuição de renda está entre as piores. A miséria é vergonhosa.

A verdade é que até hoje o Brasil não entrou na História do mundo, apesar de toda nossa potencialidade. Somos conhecidos apenas como terra de futebol e de samba.

Mesmo diante de tudo isso, quase não há reação social. O pouco de protesto que há é feito de forma ruim, com violência e invasões. A sociedade brasileira está anestesiada diante da impotência que julga inexorável.

Até quando suportaremos? Até quando teremos que manter nossa auto-estima em níveis baixíssimos? Até quando teremos que engolir nosso orgulho ao sermos tratados como nação de segunda classe?

É chegada a hora de um basta a isso tudo. Temos que parar de achar que é bonito ser feio. É hora de um novo pacto social. Um pacto que inclua mais solidariedade e menos violência, mais responsabilidade ética e menos tolerância com erros, menos paternalismo e mais oportunidades.

Não há, porém, que se esperar que alguém o faça. Ele deve nascer da sociedade, de cada um de nós, e é isso que o momento exige. Precisamos mostrar indignação, que estamos insatisfeitos e que não há como continuar dessa forma. Que não se trata de, simplesmente, execrar essa ou aquela pessoa, essa ou aquela instituição, mas sim de mudar nossa sociedade, antes que mudanças venham pela violência.

Mas há o que as pessoas comuns possam fazer? Certamente que sim. Não podemos esquecer que outros povos já viveram isso e conseguiram mudar.
É preciso que cada um incorpore, difunda e execute uma idéia: quero um Brasil melhor, vou fazer a minha parte firmemente e não vou admitir que atrapalhem.

* Ex-presidente do Cremesp


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