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O merecido reconhecimento público - Isac Jorge Filho


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Elival da Silva Ramos - professor associado da Faculdade de Direito da USP


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Folha de São Paulo: Exame para Médicos


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MOVIMENTO MÉDICO 1
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Desiré C. Callegari em Opinião do Conselheiro


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Programa de Educação Continuada do Cremesp: sucesso total!


GERAL 2
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Azarias de Andrade Carvalho, um dos mais importantes pediatras brasileiros


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Edição 214 - 06/2005

EDITORIAL

O merecido reconhecimento público - Isac Jorge Filho


O merecido reconhecimento público

Isac Jorge Filho*


Durante a IX Conferência dos Advogados, realizada no Rio de Janeiro, a Diretora Executiva do Ibope Opinião, Márcia Cavallari, divulgou os dados de um estudo realizado em maio de 2005 para avaliar a confiabilidade do brasileiro nas instituições do país. Entre as dezessete instituições avaliadas, a confiança nos médicos ficou claramente em primeiro lugar, com 85% de respostas positivas.

Em segundo lugar vieram as Forças Armadas, com 75%. Os partidos políticos receberam manifestação de confiança de 12% e os políticos de 11% dos entrevistados.

Os médicos brasileiros têm razões de sobra para comemorar esse reconhecimento. É que ele é dado a uma categoria que luta bravamente para exercer com dignidade suas funções, freqüentemente enfrentando as mais adversas condições de trabalho.

Na verdade, o típico médico brasileiro vive situação absolutamente contraditória, tendo que conviver com a Medicina de ponta da modernidade, com transplantes, video-cirurgias, “bebês de proveta” e, ao mesmo tempo, assistir pacientes com as doenças da pobreza, praticamente banidas do mundo moderno, incluindo parasitoses intestinais, esquistossomose, doença de Chagas e desnutrições, frutos de nossa vergonhosa desigualdade social e falta de medidas sanitárias. É esse médico que enfrenta o trabalho em hospitais e ambulatórios onde faltam coisas básicas e onde freqüentemente chega a ser agredido, pois as condições de segurança, principalmente na periferia das grandes cidades, são precárias. É ele também que atende planos de saúde que praticamente não lhe deram aumentos nos últimos dez anos e que se submete aos chamados “plantões de demanda” não remunerados nos hospitais do Interior e mesmo das capitais.

Esse médico se ressente da falta de um Plano de Carreira, Cargos e Salários há anos e anos, que ao constatar, finalmente, a proposta de um PCCS se surpreende  ao ver que o mesmo faz desaparecer a categoria médica. Como se fosse possível fazer medicina sem médicos. No Plano proposto, matéria deste número de nosso jornal,  os médicos estão colocados em uma categoria denominada “Especialistas em Saúde”. Aí se juntam profissionais cuja formação demanda três a cinco anos com médicos que se formam em oito a dez anos. Não há nada mais injusto que julgar como iguais coisas diferentes.

E estamos falando em diferentes e não em melhores, já que nós, médicos, não nos consideramos melhores que ninguém. Em uma equipe de saúde, e hoje não se pode trabalhar senão em equipe, todos são igualmente importantes, desde os funcionários da limpeza até o chefe do grupo. No entanto, não se pode deixar de considerar que tempo de formação, complexidade do trabalho realizado e grau de responsabilidade são distintos nas diferentes categorias.

Retomando o raciocínio inicial, ficamos felizes com os 85% de satisfação que a pesquisa feita pelo Ibope Opinião revelou. O resultado mostra o claro reconhecimento a uma categoria em que a maioria dos profissionais, mesmo em condições adversas de trabalho, age com ética e competência.

Imaginem como seria se as condições fossem aquelas pelas quais lutamos!

* Isac Jorge Filho é presidente do Cremesp


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