CAPA
EDITORIAL (pág. 2)
Lavínio Nilton Camarim - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág. 3)
Albertina Duarte Takiuti
INSTITUIÇÃO DE SAÚDE (pág. 4)
Hospital de Prudente oferece excelência em alta e média complexidade 100% SUS
SAF (pág. 5)
Resolução torna obrigatório alerta em clínicas e hospitais sobre risco de consumir álcool na gravidez
SUS (pág. 6)
Cremesp convoca entidades a defender gestão pública da Saúde
ENTIDADES MÉDICAS (pág. 7)
Eleições da APM e AMB serão de 21 a 31 de agosto
SAÚDE PÚBLICA (pág. 8 e 9)
Prescrição médica de anorexígenos é autorizada no País
TESTAMENTO VITAL (pág. 10)
Diretivas de Vontade encontram resistência por falta de informação
AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Conselhos apresentam dossiê ao MS sobre más condições em unidades de saúde pública
EU, MÉDICO (pág. 12)
Médico socorrista construiu carreira na PM prestando atendimento pré-hospitalar
JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Médico que atende convocatória do Conselho evita infração ética
EDITAIS (pág. 14)
Convocações
BIOÉTICA (pág. 15)
Médicos podem delegar à Justiça decisões clínicas?
GALERIA DE FOTOS
EU, MÉDICO (pág. 12)
Médico socorrista construiu carreira na PM prestando atendimento pré-hospitalar
Médico socorrista construiu carreira na PM prestando atendimento pré-hospitalar
O trabalho do médico Ademir Correa começa antes da chegada do paciente ao hospital. Ele é major do Grupamento de Radiopatrulha (GRPAe) da Polícia Militar do Estado de São Paulo e seu trabalho é oferecer o atendimento emergencial para garantir que o paciente gravemente ferido chegue a um hospital.
Ingressou no atendimento pré-hospitalar em 1993 e passou a integrar a equipe do GRPAe, participando dos resgates com os helicópteros Águia da Polícia Militar. Com o tempo as funções foram aumentando e, atualmente, também exerce função administrativa. Além do atendimento clínico aos policiais, realiza também perícia para evitar absenteísmo na instituição. Para ele, “o atendimento pré-hospitalar é um ambiente inóspito, pois o atendimento é feito no próprio local do acidente, que não é uma zona segura”.
Correa se formou em 1986, na Faculdade de Mogi das Cruzes, e se especializou em anestesiologia. O médico acredita que a opção pela especialidade tem a ver com o perfil do profissional. “Geralmente, os que escolhem essa área têm um perfil mais dinâmico”, diz ele.
Trabalhou por quase três décadas no Hospital Municipal do Tatuapé como anestesiologista, onde também teve muito contato com o paciente em estado grave na terapia intensiva, assim como no atendimento pré-hospitalar.
Ocorrências
O GRPAe atende, desde 1990, às demandas de resgate solicitadas pelo Centro de Operações do Corpo de Bombeiros (Cobom). São acionados quando há uma ocorrência com necessidade de agilidade, pois cada minuto é importante quando se trata de um caso grave. Os pacientes são levados para os hospitais mais bem preparados para garantir o atendimento definitivo.
As aeronaves realizam o resgate e também transporte de órgãos, ações preventivas – durante a alta temporada no litoral e outras cidades turísticas com grande concentração de pessoas – ou outras demandas da Polícia Militar. De acordo com Correia, o GRPAe atende a uma média de três ocorrências diárias de resgate e quatro captações de órgãos por semana.
O grupamento começou pequeno e, atualmente, com dez bases espalhadas pelo Estado, conta com 23 helicópteros e três aviões. Na base da Capital, há três médicos e 15 enfermeiros policiais militares, além de um médico plantonista.
Segurança
A preparação dos membros da equipe é lenta e gradual. Correa conta que, para um enfermeiro estar preparado para voar sem supervisão, é necessário ao menos um ano de treinamento e, para os pilotos, cerca de quatro anos. “Não há uma atividade no mundo que tenha tanta preocupação com segurança de voo”, conta o major, com orgulho do serviço que ajudou a consolidar. Ele, que fez carreira no Grupamento, explica que esse tipo de trabalho não permite rotatividade, pois a equipe realiza ações complexas. “A experiência aprimora a qualidade do atendimento e garante maior segurança para atendidos e membros da equipe”, garante.
Atividade de idealistas
Quando questionado sobre uma ação específica que tenha prestado atendimento e que lhe marcou de alguma maneira, Correa responde que “todo resgate é gratificante”. Para ele, nesse trabalho, o fundamental é “dar o melhor de si para amenizar a dor e o sofrimento do outro, independente do tamanho da dor. “É isso o que me faz permanecer em atividade e realizá-la todos os dias sem distinção pela gravidade do paciente”, afirma.
“Essa é uma atividade de idealistas. Quem está nessa área é realmente porque gosta do que faz”, pondera o socorrista. Isso porque, além da rotina tensa e agitada do pré-hospitalar, Correa conta que quando a equipe chega ao local de um acidente identificada como PM, isso invariavelmente expõe os profissionais a riscos. Por isso, todos os tripulantes da aeronave que fazem parte da Policia Militar são treinados para agirem em situação de conflito.
Após muitos anos trabalhando nas áreas operacional e administrativa dos serviços públicos de atendimento de emergência do Estado e município de São Paulo, Correa deteve conhecimentos que poderiam ser usados para melhorar a integração entre os atendimentos do Grupo de Resgate e Atendimento a Urgências (Grau) e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Atualmente, o médico trabalha em um projeto com essa ambição.