CAPA
EDITORIAL (pág. 2)
Mauro Aranha - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág. 3)
Regis Ricardo Assad
SAÚDE MENTAL (pág. 4)
Estresse, isolamento social e falta de diálogo podem estar na origem das tentaivas de pôr fim à própria vida
INSTITUCIONAL (pág. 5)
Parceria com Proesq visa promover a qualidade da saúde mental do médico, baseada no acompanhamento clínico e prevenção
SAÚDE SUPLEMENTAR (pág. 6)
Coren-SP é uma das instituições que passou a apoiar a campanha do Cremesp contra a proposta do MS
TRABALHO DO MÉDICO (pág. 7)
Anamnese/exame físico e exames laboratoriais ou de imagem são complementares e nunca excludentes
DATAFOLHA (pág. 8 e 9)
Pesquisa realizada pelo Datafolha identifica expectativas dos profissionais e indica bandeiras a ser encampadas pelo Cremesp
MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS (pág. 10)
Instituição conta com cerca de 7 mil revisões sistemáticas, sendo 70% do conteúdo disponibilizado gratuitamente no País
AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Nova edição, adaptada à realidade da prática médica, inclui módulo sobre assédio sexual e revisão de termos teóricos
EU, MÉDICO (pág. 12)
Médico desenvolveu aplicativo sobre o enfrentamento da violência feminina para o movimento "Bem Querer Mulher"
JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Hospital das Clínicas da FMUSP passa por por um de seus momentos mais graves
EDITAIS (pág. 14)
Convocações
BIOÉTICA (Pág. 15)
Facebook, por lazer ou motivos pessoais, só deve ser acessado por médicos fora do expediente
GALERIA DE FOTOS
SAÚDE MENTAL (pág. 4)
Estresse, isolamento social e falta de diálogo podem estar na origem das tentaivas de pôr fim à própria vida
Tentativas de suicídio entre estudantes de Medicina rompem silêncio sobre o tema
Como forma de prevenção, é preciso falar sobre o tema. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, elegeu o tema da depressão para sua campanha de 2017, sob o lema “Vamos conversar sobre suicídio”.
Para o médico psiquiatra do Instituto de Psiquiatria da USP (IPq-HCFMUSP), Arthur Danila, entre os fatores que podem ter desencadeado esses eventos com estudantes estão as mudanças nas relações interpessoais na sociedade – mais frágeis e transitórias – e a falta de diálogo entre direção, professores, alunos e a própria família. “Estamos numa sociedade em transformação. As relações humanas são mais precárias e geram certa fragilidade no contato pessoal, o que leva as pessoas a se sentirem mais solitárias”, pondera. Segundo ele, se por um lado a internet e as redes sociais aproximam as pessoas, por outro, as afastam.
Na opinião do psiquiatra José Manoel Bertolote, autor do livro O suicídio e sua prevenção – publicado pela editora Edunesp –, existe um aumento acentuado de tentativas de suicídio em São Paulo, particularmente entre jovens do sexo masculino, de 15 a 30 anos. “Muitas vezes, a imprensa aborda o tema de forma sensacionalista, confundindo causas predisponentes – como transtornos mentais e alcoolismo – com precipitantes, mais imediatas e decorrentes de dificuldades no cotidiano”, alerta.
Principal fator de risco é a dificuldade em lidar com o cotidiano
. O suicídio é responsável por 1 morte a cada 40 segundos no mundo;
. A tentativa prévia é o fator de risco mais importante a ser considerado, segundo a OMS;
. Embora a relação entre distúrbios suicidas e mentais (depressão e abuso de álcool, principalmente) esteja bem estabelecida em países de alta renda, vários suicídios ocorrem de forma impulsiva em momentos de crise;
. Colapso na capacidade de lidar com os estresses da vida, como diagnosticado entre os estudantes de Medicina, estão entre as principais causas;
. Houve 4,2 mortes por 100 mil médicos inscritos no Cremesp, entre 2000 e 2009, segundo estudo da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad)/Unifesp.
As Câmaras Temáticas do Cremesp – Camtivem, Jovem Médico e Psiquiatria – estão mobilizadas para tentar oferecer aos médicos, estudantes de Medicina e às escolas a orientação e suporte necessários para a prevenção do risco de suicídio, incluindo a elaboração de uma cartilha sobre saú-
de mental.
Suicídio entre médicos
Em comparação com a população em idade ativa, os médicos têm uma frequência 2,45 vezes maior de morte por suicídio, segundo estudo da Unifesp.