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Unidade Médica é a chapa vencedora das eleições


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Regina Parizi


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Edição 193 - 09/2003

ENTREVISTA

Regina Parizi


“Há muito por fazer, são vários os desafios”



Presidente do Cremesp em duas gestões e também representante de São Paulo no Conselho Federal de Medicina, cargo para o qual foi eleita duas vezes pelo voto direto dos médicos, Regina Parizi faz um balanço do trabalho do Conselho nos últimos anos e comenta os atuais desafios dos médicos.


Jornal do Cremesp. Como a senhora avalia os mandatos e o projeto executado pelo Cremesp nos últimos anos?
Regina Parizi.
Comparando à década de 80, conseguimos mudar a face da instituição. Antes, o Conselho caminhava e era visto de forma estreita, restrita apenas a um tribunal. A sua atuação ficava reduzida à aplicação do Código de Ética Médica, à fiscalização e à elaboração de regras para a prática médica. Quando assumimos, em 1993 e, particularmente, nos últimos cinco anos, na segunda gestão, buscamos tornar o Cremesp referência não só para os médicos, mas também para a sociedade. Sem abrir mão das questões éticas, da fiscalização, dos julgamentos, que são atribuições legais, passamos a atuar na orientação e na defesa do exercício profissional. Passamos a nos preocupar com o mercado de trabalho, as políticas públicas, o funcionamento dos hospitais e serviços, a composição das equipes, as condições de trabalho, e abordamos o exercício da Medicina relacionado a questões éticas e da atualidade, como a dependência química, a sexualidade, a Aids. O Conselho mudou, modernizou-se e passou a prestar serviços aos médicos. Por exemplo, viabilizou a liberação do rodízio de automóveis na capital, investiu na descentralização e na atuação no Interior. Mas há muito por fazer, os desafios da Medicina e da área da saúde são inesgotáveis.

JC. O resultado da última eleição foi um reconhecimento deste trabalho?
Regina.
Sem dúvida. Quanto ao grande número de chapas, creio que parte dos médicos que entraram na disputa estavam realmente dispostos e manifestaram a legítima vontade de participar de uma entidade forte e atuante. Mas também compuseram chapas setores descontentes com a nossa atuação firme em alguns processos, como a defesa do cooperativismo ético, a oposição ao PAS, a fiscalização da propaganda abusiva na área médica. Foi um processo eleitoral democrático, prevaleceu a vontade dos médicos e só temos a agradecer mais uma vez a confiança depositada no trabalho de equipe que implementamos durante os últimos anos.

JC. Quais são os principais desafios para a classe médica atualmente?
Regina.
A defasagem da remuneração está colocada como uma das maiores dificuldades. O Conselho sempre monitorou o mercado de trabalho, alertou, denunciou e pressionou os três níveis de governo e o setor privado sobre os baixos salários e honorários. Mas só isso não basta, é preciso atacar as causas. Nesse sentido, outro problema seríssimo ligado à remuneração aviltante é a abertura recente de mais escolas e o número de profissionais que serão lançados no mercado. Além disso, são desafios importantes as sérias deficiências dos grandes hospitais e prontos-socorros, conforme o Cremesp revelou em levantamento de 2003, o que tem repercussão na segurança, na qualidade do atendimento e até nas representações que a população faz contra os profissionais no CRM, e que muitas vezes estão ligadas às más condições de trabalho. Outra frente prioritária de atuação são os planos de saúde, pois certas regras e práticas das operadoras determinam condições de trabalho, remuneração e qualidade do atendimento aos usuários. Durante todos esses anos, a postura do Conselho foi a de realizar uma aliança com a sociedade para discutir as práticas, políticas e ações de saúde públicas e privadas. Essa parceria precisa ser mantida, pois o papel do Conselho é de formulador e interlocutor, buscando sempre o equilíbrio entre o exercício da Medicina e as necessidades da população.

JC. O que hoje unifica a atuação das entidades médicas? É possível existir uma entidade única, que junte Conselho, associações e sindicatos?
Regina.
Durante o último processo eleitoral foi importante a unidade entre as entidades médicas, o que consolidou um projeto conjunto. Não significou apenas nos juntar em torno de uma chapa vencedora. Foi um compromisso do movimento médico com propostas voltadas para uma melhor condição dos profissionais, mas também com responsabilidade social. Sobre a existência de uma entidade médica única, devemos ter cautela. Essa entidade deveria ter um objetivo, provar que é o melhor para a classe médica e para a sociedade. Não pode ser uma proposta boa apenas para as lideranças médicas, muito menos decidida verticalmente pelas diretorias das entidades. Os médicos têm que ser ouvidos, em amplo e claro debate. Sem atropelo, sem empolgação, será, sem dúvida, uma discussão positiva. Mas há projetos e ações que podem ser tocados conjuntamente pelas entidades, o que já fizemos com excelentes resultados.

JC. E a satisfação pessoal, nesse tempo em que a senhora se dedicou ao movimento médico?
Regina.
Ao me defrontar com tantas questões, acumulei conhecimentos, cresci do ponto de vista pessoal, técnico e político. Houve também um crescimento do ponto de vista da moral e do caráter, pois o tempo todo temos que debater questões éticas com os médicos e com a sociedade. Só tenho a agradecer as oportunidades, sobretudo quando levo em conta a lealdade, o apoio e a confiança que os médicos depositaram em mim. Muito mais do que motivo de orgulho pessoal, é gratificante o reconhecimento dos médicos, traduzido no resultado das cinco eleições das quais participamos para os Conselhos Regional e Federal. Mas tudo o que conquistamos não é mérito individual. É fruto de um trabalho de equipe, que sempre colocou o bem do coletivo acima de interesses pessoais. E não posso deixar de registrar o afeto, a compreensão e o incentivo que sempre recebi daqueles que me são mais próximos e mais queridos, que é a minha família.

JC. Quais são seus projetos pessoais futuros?
Regina.
Eu já havia definido que não concorreria mais às eleições do Conselho. Considero essa tarefa, essa missão, já realizada, sendo que já dei minha contribuição para o movimento médico. Eu tinha projetos do ponto de vista acadêmico, mas fui convidada para estar à frente do Geap, que á a maior autogestão de assistência à saúde do país, e também uma Fundação de Seguridade Social, voltada aos servidores federais. Também pretendo ajudar na formulação da política do atual governo para a área de saúde suplementar. Me sinto envolvida e estimulada com os novos desafios. Em Brasília, espero poder contribuir com este momento de grandes debates que poderão gerar transformações positivas para o país.


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