CAPA
EDITORIAL (Pág. 2)
Mauro Gomes Aranha de Lima - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (Pág.3)
Ricardo Barros
CAMPANHAS SALARIAIS (Pág. 4)
Principais pautas e negociações
JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE (Pág. 5)
SUS & ações judiciais
SAÚDE PÚBLICA (Pág. 6 a 9)
Dengue, chikungunya, H1N1, Olimpíadas 2016
EU MÉDICO (Pág. 10)
José da Silva Guedes
JOVENS MÉDICOS (Pág. 11)
Violência acadêmica
EDITAIS (Pág. 12)
Convocações
ATO MÉDICO (Pág. 13)
Consulta Pública
ESPECIAL TUBERCULOSE (Pág. 14)
Incidência & tratamento
BIOÉTICA (pág. 15)
Tratamento compulsório
GALERIA DE FOTOS
JOVENS MÉDICOS (Pág. 11)
Violência acadêmica
Cremesp e residentes discutem caminhos para
o combate à violência nas escolas
Médicos reportaram também violência nas relações com
coordenadores dos serviços médicos
Moreira e Kátia: número de casos de violência tem aumentado
A violência que permeia as relações acadêmicas e o caminho para combatê-la foram temas de debate envolvendo residentes e membros da Câmara Temática Interdisciplinar sobre Violência nas Escolas Médicas (Camtivem) e da Câmara Temática do Médico Jovem do Cremesp, em 1º de julho, na subsede Vila Mariana do Conselho.
“Queremos ouvir o que os residentes pensam a respeito da violência nas escolas e no ambiente de trabalho”, disse Kátia Burle dos Santos Guimarães, coordenadora da Camtivem e conselheira do Cremesp. Segundo ela, a criação de câmaras temáticas sobre a violência e o médico jovem revela a preocupação do Conselho pelo exercício profissional ético da Medicina. “Nada melhor do que cuidar, desde a época de formação, para que o estudante leve esses princípios para o campo profissional”, declarou.
A plateia formada por residentes e membros de suas entidades representativas, entre elas a Associação Médica dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo (Ameresp) e a Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), debateu sobre os tipos mais frequentes de violência, que se manifestam nas relações entre os estudantes de Medicina, entre eles, trotes, casos de assédio moral e sexual e os jogos Intermed. “Ao invés de congraçamento, o que temos assistido são momentos de violência”, afirmou Kátia.
- Situações de assédio
Os residentes observaram que é crescente os casos de violência nas relações com os coordenadores dos serviços médicos e os residentes, com relatos bastante graves de assédio moral e sexual.
Kátia também lembrou os inúmeros casos de agressões contra os profissionais da saúde, conforme o Cremesp constatou por meio de pesquisa realizada no ano passado. “Temos visto aumentar a violência contra os médicos e os profissionais de saúde e, por isso, o Cremesp vem alertando a população, por meio de campanhas, para a conscientização da população”, afirmou.
- Amplo debate
Para o coordenador da Câmara Temática do Médico Jovem e conselheiro do Cremesp, Nívio Lemos Moreira Júnior, os encontros promovidos pelas câmaras permitem que as discussões sobre violência se ampliem para fora do Conselho, envolvendo tanto os residentes como os jovens médicos. “A questão da violência não pode ser debatida isoladamente, mas de forma integrada, entre médicos, estudantes e residentes, para criarmos uma cultura nova e agir preventivamente, sem ter de punir o colega por uma questão moral”, afirmou Nívio.
Residência Médica
SES-SP alega dificuldades para reajuste de
bolsa dos residentes
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) respondeu oficialmente que irá recorrer ao governador para tentar responder à solicitação dos residentes pelo cumprimento da Portaria Interministerial nº3/16. A lei previa reajuste de 11,9% no valor da Bolsa de Residência Médica em todo o País a partir de março de 2016.
Em ofício encaminhado ao presidente do Cremesp, Mauro Gomes Aranha de Lima, a Coordenadoria de Recursos Humanos de Residência Médica da SES-SP informou que o Estado – que atualmente financia 6.469 bolsas e tem o maior programa de financiamento do País – não foi ouvido sobre sua disponibilidade orçamentária para financiar o aumento proposto. No despacho, Irene Abramovich e Nosor O. de Oliveira Filho afirmam que, com o aumento definido em 11,9% sobre o valor vigente, o custo adicional do Programa de Residência do Estado de SP é de mais de R$ 27 milhões por ano.
A SES-SP alega que, apesar da dificuldade para suprir os recursos adicionais provocados pela crise econômica e de o orçamento para o programa ser definido no ano anterior, a demanda dos residentes foi levada às Secretarias do Planejamento e da Fazenda e ao governador do Estado. Assinala ainda que os representantes dos médicos residentes têm se reunido com o secretário da Saúde, David Uip, e que ele pontuou as dificuldades para atender a essa demanda e se dispôs a novamente encaminhá-la ao governador do Estado.
Consulta
“Após a constatação de fratura pelo médico plantonista, de quem é a responsabilidade de fazer a imobilização provisória: do plantonista ou do médico de sobreaviso da Ortopedia? Posso enviar foto de uma fratura, via WhatsApp, para o médico de sobreaviso avaliar?”
A equipe médica do pronto-socorro deverá, em regime de plantão no local, ser constituída, no mínimo, por profissionais de Anestesiologia, Clínica Médica, Pediatria, Clínica Geral e Ortopedia, conforme a Resolução CFM nº 1.451/1995, artigo 2º. O médico que aceita o plantão à distância se compromete a avaliar in loco o paciente, quando acionado. A exposição pública de pacientes, por meio de fotos e imagens, é considerada antiética pelo Cremesp, com exceção do uso da internet em telemedicina, voltada à atualização e reciclagem profissional do médico, a exemplo das videoconferências, educação e monitoramento à distância.
(Baseada na consulta nº 194.868/15, aprovada pela Câmara Técnica de Ortopedia e Traumatologia e pela Câmara de Consultas e homologada na 4.732ª reunião plenária do Cremesp)