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Bráulio Luna Filho - presidente do Cremesp


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Dirceu Greco


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Henrique Carlos Gonçalves


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CFM nº 2.126/2015


INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág. 6)
Pesquisa e proteção à saúde


FISCALIZAÇÃO (pág. 7)
Qualidade do ensino médico


SAÚDE PÚBLICA (págs. 8/9)
Sífilis endêmica


SAÚDE SUPLEMENTAR (pág. 10)
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Edição 330 - 10/2015

INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág. 6)

Pesquisa e proteção à saúde


Adolfo Lutz: referência na vigilância de riscos
e agravos à saúde


Vigilância epidemiológica, sanitária, ambiental e da saúde
do trabalhador integram as ações do instituto


Caiaffa Filho: excelência do corpo de pesquisadores
 

Uma criança convidada a visitar o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, com certeza não passará indiferente pelo laboratório do Centro de Alimentos. Prateleiras e mesas estão apinhadas de salgadinhos, geleias, confeitos e doces de todo tipo – além de sucos, farofa, alho triturado, itens com ômega 3 e dezenas de outros alimentos, até sorvetes armazenados em geladeiras. São amostras que estão ali não para degustação, mas para serem analisadas pelos olhos de pesquisadores e seus microscópios antes de chegarem ao mercado.

O Centro de Alimentos é um dos vários laboratórios que se espalham no conjunto onde está o Instituto Adolfo Lutz, na avenida Dr. Arnaldo. O prédio principal, inaugurado em 1940, pelo interventor federal Adhemar de Barros – com o luxo do mármore de Carrara, móveis em madeira de lei e sofás de couro preto – serve hoje como sede administrativa. Seus cerca de 250 pesquisadores, espalhados por outros 12 laboratórios em todo o Estado, zelam para proteger as pessoas de produtos nocivos, prevenir doenças e oferecer informações para o melhor tratamento.

No laboratório do Centro de Alimentos chegam também alimentos suspeitos recolhidos pela Vigilância Sanitária – por exemplo, amostras de produtos para ganhar força muscular estão sendo recolhidas depois que efeitos colaterais foram observados e denunciados à vigilância. Os centros de medicamentos e de contaminantes analisam ainda remédios, produtos de limpeza, agrotóxicos.


Ações de Vigilância

Verificar a qualidade e riscos de produtos é apenas uma das tarefas do Instituto. O Adolfo Lutz integra a rede de laboratórios de Saúde Pública do Estado de São Paulo, e sua missão é contribuir no planejamento de ações de vigilância epidemiológica, sanitária, ambiental e da saúde do trabalhador. Seu trabalho é voltado para prevenção, controle e eliminação de doenças e agravos de interesse da saúde pública.  “Trabalhamos em uma área muito específica, que é a da vigilância de riscos e agravos que podem acometer a população”, diz a pesquisadora Carmem Freitas, diretora do Centro de Imunologia. “O laboratório não atende pessoas diretamente, mas sim por meio de outros serviços de saúde que demandam ensaios e análises que possam contribuir a uma tomada de decisão dos gestores com relação a uma doença ou a um risco”, explica.


Epidemias

Trata-se de um laboratório de vigilância – referência técnica para exames mais complexos, como meningites bacterianas, coqueluche, botulismo, hantavírus e a síndrome hemolítico-urêmica – atento aos problemas populacionais. Quando as vigilâncias epidemiológicas do Estado ou de municípios, por exemplo, detectam o surgimento ou agravamento de uma doença transmissível, com incidência ou gravidade acima do esperado, todo o sistema entra em ação, realizando en­saios e análises laborato­riais, e auxiliando na elucidação diagnóstica.

No Estado de São Paulo, são cerca de 30 as doenças de notificação compulsória, aquelas que devem ser informadas imediatamente à Vigilância Epidemiológica, entre elas a cólera, meningites, coqueluche, febre tifoide, botulismo e outras. “Estamos sempre preparados para um novo momento”, diz Helio Hehl Caiaffa Filho, diretor geral do instituto. Dentro desse propósito, o Adolfo Lutz está implementando o Núcleo de Inovação Tecnológica, que vem dar apoio ao pesquisador no sentido de responder, da melhor forma e com a maior rapidez, os anseios da população em termos de saúde pública. “Nosso diferencial é a excelência do corpo de pesquisadores”, diz o diretor.


Alimentos

No caso da vigilância sanitária, o Adolfo Lutz não se limita à contaminação dos alimentos. O laboratório analisa também a composição dos produtos, identificando o teor de gordura, de sódio, de açúcar e até as calorias. “É outro trabalho de prevenção muito importante, pois esses ingredientes em excesso contribuem para elevação do diabetes, da hipertensão e o agravamento de doenças cardiovasculares”, conta a pesquisadora Deise Marsiglia, diretora do Centro de Alimentos. Se há excesso, ou irregularidade, o alimento é recolhido e o fabricante intimado a corrigir a composição.

Nenhum laboratório teria condições de recolher e analisar amostras de todos os produtos que podem provocar dados à saúde humana. Por isso, as vigilâncias trabalham com programas e protocolos que monitoram esses itens e os estabelecimentos, colhendo amostras por grupos. Entre eles estão os programas da Qualidade da Água e o da Análise de Agrotóxicos, este último dentro da Vigilância do Trabalhador – que se vale de exames de sangue de trabalhadores em lavouras que utilizam agrotóxicos e em fábricas que empregam produtos tóxicos, como o chumbo.
 


Quem foi Adolfo Lutz

  

  

O Instituto Adolfo Lutz comemora 75 anos de sua criação no mês de outubro. O médico e cientista Lutz nasceu no Rio de Janeiro, em 1855, e faleceu em 6 de outubro de 1940. Alguns dias depois, o instituto ganhou seu nome. A instituição resultou da fusão do Instituto Bacteriológico – do qual foi diretor – com o Laboratório de Bromatologia, que integravam a Re­de Paulista de Saúde.

Graduou-se na Suíça e chegou ao Brasil em 1881, depois de tornar-se conhecido como especialista em doenças infecciosas e medicina tropical.  Aqui, seu primeiro grande desafio foi a peste bubônica, que assolava Santos. Dois outros jovens cientistas se juntaram a ele, Emílio Ribas e Vital Brazil. Juntos, esses “três mosqueteiros” da saúde pública enfrentaram diversas epidemias.

 

 


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