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CAPA

EDITORIAL (pág. 2)
Bráulio Luna Filho, presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág. 3)
Tomas Salerno


FORMAÇÃO MÉDICA (pág. 4)
Capacitação à distância


IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS (ISS) (pág. 5)
Regularização de Débitos


INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág. 6)
Hospital Filantrópico


JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE (pág. 7)
Núcleo de Apoio Técnico e de Mediação


ESPECIALIDADES (págs. 8 a 9)
Valorização profissional


AUDIÊNCIA PÚBLICA (pág. 10)
Superlotação de hospitais


AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Avaliação acadêmica


EU, MÉDICO (pág. 12)
Conexão Brasil-Nepal


JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Residência Médica


SANTAS CASAS (Pág. 14)
Acesso à saúde: Meu direito é um dever do governo


BIOÉTICA (pág. 15)
Ética em pesquisa


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Edição 326 - 06/2015

INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág. 6)

Hospital Filantrópico


Principal porta de entrada e referência do SUS na Zona Leste


“Quando cheguei, eram duas vítimas de tentativas de homicídio por dia. Hoje são duas por semana. No Canadá, eu nunca tinha visto um baleado”
 


Instituição criada há 35 anos conta com gestão rigorosa
das irmãs Marcelinas
 


O Hospital Santa Marcelina é o núcleo de uma rede que compreende outros três hospitais e 112 equipamentos de saúde. Localizado em Itaquera, na Zona Leste, a rede é referência terciária e quaternária para 4 milhões de moradores, um terço dos habitantes da Capital . Seu pronto-socorro é a principal porta de entrada da região. Entre as linhas de assistência, o Santa Marcelina se destaca com programas e protocolos pioneiros na detecção e tratamento do AVC, do infarto do miocárdio, no tratamento do retinoblastoma em crianças e na cirurgia para doentes de Parkinson.

O hospital é filantrópico, e 87% dos atendimentos entram pelo SUS, que cobre 60% dos custos. A matriz Itaquera tem 729 leitos. Em 2014, foram 33 mil internações, 15 mil cirurgias, 100 transplantes de rins e de medula óssea, 2.800 partos, 3,5 milhões de exames e milhares de outros procedimentos. Os outros três hospitais – Cidade Tiradentes, Itaim Paulista e Itaquaquecetuba – somam 776 leitos.

A diretora técnica do Santa Marcelina é a irmã Monique Marie Marthe Bourget, médica canadense que está há 20 anos no Brasil. Nessas duas décadas, irmã Monique vem observando no dia a dia do hospital mudanças importantes no perfil epidemiológico da população. “Quando cheguei, eram duas vítimas de tentativas de homicídio por dia. Hoje são duas por semana. No Canadá, eu nunca tinha visto um baleado”, conta.  Os acidentes de trânsito continuam sendo os principais responsáveis por ferimentos e pelas mortes por causas externas, embora tenham diminuído com as leis que obrigam o uso do capacete e do cinto de segurança, além da Lei Seca. “A dificuldade é que as vítimas chegam com maiores traumatismos”, observa a irmã. O que mais chama a atenção, segundo ela, é o número de tentativas de suicídio. “Quando cheguei, não existiam. Agora são duas vítimas por dia”, diz. “Há uma epidemia de suicídios, e ninguém está olhando para isso. Nem os jornais noticiam”, critica.
 

Acesso

Porta de entrada no sistema de saúde de vasta região com altos índices de violência, o Santa Marcelina foi selecionado para integrar o SOS Emergência – programa do Ministério da Saúde implantado em 2011 junto a 11 hospitais do país, dois deles no Estado de São Paulo –; o outro é a Santa Casa de São Paulo.

Em 2012, o Santa Marcelina inaugurou uma AMA hospitalar ao lado do hospital, com atendimento 24 horas e estrutura para receber pacientes de pequena e média complexidade. “A procura pelo pronto-socorro, que era de 14 mil pacientes por mês, caiu pela metade”, diz a irmã Monique.  Apesar disso, “o grande gargalo do sistema continua sendo a porta de entrada, com pacientes chegando a toda hora”.

O novo estádio do Corinthians – que pode ser visto das janelas do hospital – sobrecarrega ainda mais o pronto-socorro nos dias de jogos. No heliponto no teto do hospital desembarca pelo menos uma vítima grave por dia. Só há outro heliponto SUS na Capital, no Hospital das Clínicas. O terceiro, da Santa Casa, está em reforma.
 

Intervenções especializadas

Várias linhas de cuidados marcam o trabalho do Santa Marcelina. Uma delas é a unidade de AVC, que trabalha em sintonia com a AMA hospitalar e a equipe de neurocirurgiões do hospital. Assim que o paciente é identificado e priorizado, passa por tomografia e, caso se enquadre dentro do protocolo, é levado para a Unidade de AVC, onde é submetido a uma trombólise. “A unidade existe há quatro anos e vem reduzindo a mortalidade em 50% para aqueles que chegam a tempo de receber a medicação”, diz irmã Monique.

O paciente infartado, por sua vez, é atendido pelo Latin, projeto iniciado há um ano, numa parceria do hospital com a empresa Medtronic. Assim que dá entrada com suspeita de infarto, o paciente é submetido a um eletrocardiograma, cujo resultado é encaminhado a uma central em Uberlândia, Minas Gerais. Em quatro minutos, a central avalia e transmite o diagnóstico, disparando um BIP na hemodinâmica do hospital e alertando a equipe. “Médicos e paciente chegam ao mesmo tempo para o procedimento”, explica irmã Monique. Segundo ela, em um ano, só a AMA Santa Marcelina enviou à central cerca de 6 mil eletrocardiogramas de pacientes suspeitos de infarto.  Nesse primeiro ano do projeto, entre os que fizeram angioplastia, 4% morreram. Segundo a irmã, a taxa de mortes no Brasil para esses casos é de 16%. O grande desafio é o diagnóstico tardio, responsável pelo maior número de mortes entre vítimas de infarto e de AVC.

Outra linha de cuidado do Santa Marcelina é a cirurgia de Parkinson, na qual se sobressai por um procedimento cirúrgico numa área do cérebro conhecida como Campo de Forel. Em outra frente, o hospital se destaca no tratamento do retinoblastoma, um câncer do fundo de olho que acomete, sobretudo, crianças. “Trata-se de um microcateterismo da artéria oftálmica, cuja técnica vem sendo utilizada há dois anos e já tratou 120 lesões, com 70% de preservação do olho”, observa Fausto Ferraz, neurorradiologista da equipe. 
 


História

A Congregação das Mar­celinas nasceu em Milão, em 1837, e chegou ao Brasil em 1912 como instituição voltada para o ensino. Há 53 anos fundou o hospital. Um novo prédio está sendo inaugurado no complexo de Itaquera, resultado da gestão rigorosa das Marcelinas e de outro elemento que conta muito para a instituição, a “força da fé”, concorda a irmã Monique.

Os sinais dessa crença ecumênica são visíveis em quase todas as atividades e dependências do hospital. Às 9 horas da manhã, pequenos sinos tocam em todos os prédios, chamando os colaboradores para a “hora da oração”, um Pai Nosso e a leitura do texto do dia. Equipes da assistência fazem o ritual no momento da troca de turnos.
 


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