CAPA
EDITORIAL (pág. 2)
Bráulio Luna Filho, presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág. 3)
Pedro Caetano Sanches Mancuso
TRABALHO MÉDICO (pág. 4)
Atuação profissional
CONTEÚDO DIGITAL (pág. 5)
JC na versão digital
INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág. 6)
Combate ao câncer
FÓRUM (pág. 7)
A Saúde do Brasil
CRISE NA SAÚDE (págs. 8 e 9)
SUS
HISTÓRIA (pág. 10)
Genocídio Armênio
AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
4º Lide Saúde e Bem-Estar
EU, MÉDICO (pág. 12)
Trabalho e Humanização
JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Plantão Regulador
CONVOCAÇÕES (pág. 14)
Editais e desagravo público
BIOÉTICA (pág. 15)
Saúde Mental em Pediatria
GALERIA DE FOTOS
HISTÓRIA (pág. 10)
Genocídio Armênio
Comunidade armênia luta por reconhecimento do genocídio
Entre as famílias armênias sobreviventes que se estabeleceram no Brasil,
vários filhos se tornaram médicos
Vahan (vice-reitor da USP), Clóvis Constantino, Luna e Boyaciyan (Cremesp),
Galoyan (embaixador), Diruhy (cônsul) e Hototian:
história dos armênios no Brasil
Integrantes da comunidade armênia e convidados discutiram a negação, pela Turquia, da existência do genocídio, praticado por turcos otomanos, há cem anos. Eles lotaram o auditório do Cremesp, no dia 25 de abril, em evento coordenado por Krikor Boyaciyan, conselheiro e diretor do Cremesp, e Sérgio Ricardo Hototian, secretário do Comitê Científico de Medicina Psicossomática da APM, com o apoio do Comitê Brasileiro do Centenário do Genocídio Armênio. A comunidade quer o reconhecimento brasileiro do massacre que deportou e dizimou cerca de 1,5 milhão de habitantes do país na época.
O embaixador da República da Armênia no Brasil, Ashot Galoyan, fez referências à permanência das lembranças dos cem anos de dificuldades por quais passaram o povo armênio. “Nós somos uma nação que passou por muitas provações, sobreviventes de uma das maiores atrocidades cometidas contra a humanidade”, concluiu. O simpósio contou com a participação de autoridade do governo armênio, entre outros convidados. Presente ao evento, Bráulio Luna Filho, destacou que o Cremesp “é uma instituição para defesa da Medicina e da pessoa humana, em seu sentido mais amplo. Lamento que um episódio dessa magnitude tenha sido feito em nome da civilização. Não poderia ser mais grato que esse evento acontecesse durante essa gestão, que tanto defende a igualdade, o respeito e a solidariedade”, afirmou.
James Onnig Tamdjian, professor de Relações Internacionais das Faculdades de Campinas (Facamp) e Pesquisador do Grupo de Conflitos Contemporâneos da Unifesp, discorreu sobre as diferentes faces da negação do genocídio. Ele relatou que os noticiários internacionais davam conta da existência do genocídio armênio, mas, em função da guerra, poucos países atentaram para isso. Também Sérgio Ricardo Hototian, professor de Psiquiatria da Unisa, apresentou fatos e documentos que comprovam a existência do genocídio.
Durante o evento, foram relatadas histórias de famílias armênias sobreviventes, que se estabeleceram no Brasil e cujos filhos se tornaram médicos, como os palestrantes João Aris Kouyoumdjian, professor de Neurologia da Famerp; Krikor Boyaciyan, doutor em Obstetrícia pela Unifesp; e Antranik Manissadjian, professor emérito da Faculdade de Medicina da USP. O governo do Estado de São Paulo reconheceu a data de 24 de abril como o Dia do Genocídio Armênio.
Epidemia
SP teve 169 óbitos por dengue neste início de ano
Estado contabiliza 911,9 pessoas com dengue a cada 100 mil habitantes, confirmando cenário epidêmico
O Estado de São Paulo registrou o maior número de óbitos por dengue desde o começo dos registros dos números, em 1990, com 169 mortes confirmadas. Os dados são do relatório epidemiológico do Ministério da Saúde, com dados atualizados do início do ano até 18 de abril. São 382% mais mortes em relação em relação ao mesmo período de 2014 e 87,7% em comparação a todo o ano passado.
O recorde anterior aconteceu em 2010, no qual foram registradas 141 mortes por complicações da doença.
No total, foram registrados 229 óbitos no País, e há 224 em investigação, a serem confirmados. O Estado registrou 401.564 casos da doença até a 15ª semana, número 379% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.
Incidência
São Paulo já tem 911,9 pessoas com dengue a cada 100 mil habitantes, número superior à taxa determinada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para definição de epidemia, de 300 casos por 100 mil moradores.
O infectologista Marcos Boulos, responsável pela Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e conselheiro do Cremesp, considera que a epidemia é resultado de um processo gradual de infestação pelo mosquito Aedes aegypti. “Várias epidemias de dengue já atingiram o Brasil, muitas no Rio de Janeiro e no Nordeste do País. São Paulo ficou livre de epidemias durante 20 anos. A população de outras áreas começou a ficar imune ao vírus que São Paulo não tinha contato. Por isso nessas áreas, os números não foram tão expressivos e aqui tantos foram infectados”, explica.
O infectologista comenta que o cenário epidêmico pode continuar até o começo de junho, uma vez que a tendência é de uma diminuição de maneira gradativa. “Nas áreas onde a epidemia começou depois, vai haver um tempo maior até a diminuição significativa, mas, em outras, isso já está acontecendo,” declara. Após a contaminação, além de imune ao vírus que o infectou, a pessoa pode ficar protegida, por até dois anos, dos outros tipos da dengue.
Manejo
A orientação aos médicos diante da epidemia, segundo Boulos, é agir para a diminuição de riscos, realizando o diagnóstico, que pode ser apenas clínico, a partir dos sintomas, o mais rápido possível. Também é importante estar atento ao acompanhamento e tratamento do paciente, que consiste em hidratação do organismo – principalmente em casos considerados de risco, como de idosos e pessoas com doenças crônicas.
Conheça o Guia Prático de Manejo Clínico de Paciente com Suspeita de Dengue no site da CCD (www.saude.sp.gov.br/coordenadoria-de-controle-de-doencas).