CAPA
EDITORIAL (pág. 2)
Bráulio Luna Filho*
ENTREVISTA (pág. 3)
Marcos da Costa, presidente da OAB-SP
ÉTICA (pág. 4)
Conflitos de interesse
CAMPANHA (pág. 5)
Mobilização em apoio às Mães da Sé
CONSULTA (pág. 6)
Código de ética e publicidade
CONFEMEL (pág. 7)
Capital estrangeiro
SUS (pág. 8)
Mobilização
FINANCIAMENTO (pág. 9)
Programa de Aceleração do Crescimento
INSTITUIÇÕES (pág. 10)
Hospital de Câncer de Barretos
AGENDA (pág. 11)
Atividades do Cremesp
EU, MÉDICO (pág. 12)
Vida profissional x vida pessoal
JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
II Fórum do Médico Jovem
BIOÉTICA (pág. 15)
Herança genética
ENSINO MÉDICO (pág. 16)
Código de Ética e Estudantes
GALERIA DE FOTOS
CAMPANHA (pág. 5)
Mobilização em apoio às Mães da Sé
CFM alerta médicos e promove ato público por crianças desaparecidas
Médicos que atendem crianças devem observar o comportamento
de seus pacientes de forma preventiva
Mobilização em apoio às Mães da Sé visou conscientizar médicos e população para auxílio na busca de desaparecidos
"Ajude a mudar essa realidade: fique atento às medidas que auxiliam na busca por crianças desaparecidas”. Essa foi a mensagem dirigida a médicos de todo o Brasil para o enfrentamento ao desaparecimento de crianças e adolescentes. O ato público foi realizado na Praça da Sé, em 31 de março, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em parceria com a Associação Brasileira de Busca e Defesa à Criança Desaparecida (ABCD), conhecida como Mães da Sé (www.maesdase.org.br).
“Esse é um movimento importante de resgate deste grave problema que afeta a sociedade brasileira, notadamente a mais carente. Queremos pedir aos médicos para que fiquem atentos principalmente os da área de Pediatria, alertou o presidente do CFM, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima.
Desde 2011, o CFM desenvolve junto à categoria uma campanha de conscientização para que profissionais e instituições de tratamento médico, clínico, ambulatorial ou hospitalar observem e ajudem no esforço contra o desaparecimento de menores. “Apoiamos essa iniciativa e pedimos aos médicos, que observem o comportamento de seus pacientes como ação preventiva”, afirmou Ruy Tanigawa, conselheiro do Cremesp e representante de São Paulo no CFM.
O evento marcou o encerramento da Semana Nacional de Mobilização para Busca e Defesa da Criança Desaparecida e a comemoração do 19º aniversário da Associação Brasileira de Busca e Defesa à Criança Desaparecida (ABCD).
Ação preventiva
Em sua Recomendação CFM nº 4/2014, o CFM recomenda que, ao atenderem uma criança, o médico:
- Analise as atitudes da criança, observando como ela se comporta com o acompanhante, se demonstra medo, choro ou aparência assustada;
- Observe a existência de marcas físicas, como cortes, hematomas e outros sinais de violência ou abusos;
- Exija a documentação do acompanhante. A criança deve estar acompanhada dos pais, avós, irmãos ou parentes próximos. Caso contrário, o acompanhante precisa de autorização por escrito para acompanhá-la;
- Desconfie se o acompanhante fornecer informações desencontradas, contraditórias ou não souber responder às perguntas básicas sobre características comportamentais e relações sociais da criança;
- Comunique às autoridades competentes os casos suspeitos.
Ética
Profissionais debatem autonomia da mulher no parto
Ayer, Roseli, Tania Di Giacomo, Boyaciyan, Ana Carolina e Janine Schirmer:
análise da prática obstétrica no país
A autonomia da mulher e os princípios éticos que devem pautar a conduta médica foram alguns dos temas discutidos durante o debate A Mulher e a Assistência ao Parto, organizado pela Câmara Técnica de Ginecologia Obstetrícia e pelo Centro de Bioética do Cremesp. O evento foi realizado no dia 13 de março, sob a coordenação do vice-corregedor do Cremesp, Krikor Boyaciyan, e do conselheiro Reinaldo Ayer de Oliveira.
Boyaciyan destacou a importância do debate para que haja um intercâmbio de informações entre todos os envolvidos no parto: o médico obstetra, o pediatra neonatologista, o anestesiologista, a equipe de enfermagem e a paciente.
Ele afirmou que a tendência, em todo o mundo, é que seja respeitada a decisão da paciente. “O médico deve passar todas as informações e, a partir disso, a paciente deve ter autonomia para decidir o que é melhor para ela”, enfatizou.
Com a palestra A assistência ao parto na visão do médico obstetra, Roseli Nomura, professora adjunta do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), traçou um histórico do surgimento da Medicina e da prática obstétrica no País, apresentando os cenários atuais da prática, que se situa entre o parto natural, sem assistência (freebirth) e a cesárea eletiva a pedido.
Ministério Público
A necessidade de prosseguir o diálogo entre Ministério Público Federal (MPF) e médicos foi destacada na participação de Ana Carolina Previtalli Nascimento, procuradora da República do MPF. Ela citou que há mais de oito anos, recebeu um documento de uma associação, discorrendo sobre os problemas relacionados a cesarianas. E que, após diversas reuniões com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), nada foi resolvido. No final do ano passado, acrescentou, foi realizada uma audiência pública na Justiça Federal, para pressionar a agência.
O debate contou com a presença do presidente do Cremesp, Bráulio Luna Filho, que destacou o papel de vanguarda do Conselho no enfrentamento dos desafios da sociedade na área da saúde e no aperfeiçoamento da prática médica. “Vivemos um momento em que o parto poderá se tornar difícil para as mulheres que não têm recursos, pois os hospitais especializados estão cada vez mais restritos”, comentou.
Ayer observou o pioneirismo do Conselho na constituição de um Centro de Bioética na América Latina e na discussão sobre as práticas profissionais dentro dos princípios éticos. “Até que um conhecimento chegue à norma, é preciso uma reflexão sobre valores, e o Cremesp busca identificar as questões que trazem conflitos éticos para discuti-los, como acontece agora em relação à assistência ao parto”, disse.