CAPA
EDITORIAL (pág. 2)
João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág. 3)
Adnan Neser
ENSINO MÉDICO (pág. 4)
Melhorias no Exame do Cremesp
TRABALHO MÉDICO (pág. 5)
Reunião com médicos peritos
ELEIÇÃO CFM 2014 (pág. 6)
Voto é obrigatório
ELEIÇÃO CFM - PROPOSTAS (pág. 7)
Chapas 1 e 2
ELEIÇÃO CFM - PROPOSTAS (pág. 8)
Chapas 3 e 4
ELEIÇÃO CFM - PROPOSTAS (pág. 9)
Chapa 5 e Edital
SAÚDE PÚBLICA (pág. 10)
Gasto per capita em saúde
INFORME TÉCNICO (pág. 11)
Febre do Chikungunya
AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 12)
Impasse extrassalarial
JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
MPT investiga Provab
SAÚDE PÚBLICA (pág. 15)
Notificação obrigatória
BIOÉTICA (pág. 16)
Modismo anti-vacinação no Brasil
GALERIA DE FOTOS
EDITORIAL (pág. 2)
João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp
Podemos querer mais
“O processo de renovação do CFM só acontece a cada cinco anos. Estou certo que você não perderá a chance de construir um futuro alvissareiro”
“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome”. Esse pensamento da saudosa Clarice Lispector é um bom retrato de uma das mais importantes características do ser humano: o querer sempre mais. A determinação, a perseverança, a inconformidade certamente são a base de todas as descobertas, de todas as transformações, das guinadas de nossa história e dos avanços sociais.
Felizmente, o amanhã sempre pode e tem de ser melhor do que o hoje. É essa a ótica que deve pautar nossas vidas cotidianamente. A busca por um presente digno e um amanhã ainda mais brilhante guia a humanidade desde sua origem. Vem daí, aliás, nossa capacidade de sonhar e de realizar todos os dias mais e com maior perfeição.
Faço tais colocações, pois vivemos momento bastante especial do movimento médico. É véspera da eleição para a renovação de nossos representantes no Conselho Federal de Medicina. Portanto, um período propício para um balanço do passado recente, para um olhar crítico ao presente e para plantar a semente do futuro que almejamos e merecemos.
Nos últimos anos enfrentamos situações difíceis. O pior dos mundos surgiu quando os profissionais de Medicina foram escolhidos, como vítimas inocentes, para pagar o preço dos protestos populares de junho de 2013. O Programa Mais Médicos foi um ataque frontal à nossa classe.
Aqui, em São Paulo, resistimos. Não nos dobramos em instante qualquer. Fomos às ruas, aos milhares, para dizer não à invasão de formados no exterior sem revalidação de diplomas. O Conselho Regional foi fiel a seus princípios e não demos registro a um só desses profissionais.
Não foi assim em todo o País. Nem todas as representações dos médicos tiveram essa postura de comprometimento com a nossa classe. São questões dessa magnitude que exigem de nós maturidade e responsabilidade na hora do voto. A hora é agora: você, eu, todos nós temos o futuro em nossas mãos. É obrigação zelar por ele, afinal, trata-se de nosso maior patrimônio.
Sabemos que, em regra, os processos eleitorais não estão imunes a fofocas e maldades. Mesmo assim, esperamos que isso não ocorra em uma classe honrada como a nossa. Seja como for, aja com consciência, pesquise muito e reflita ainda mais antes de votar. Baseie sua escolha em fatos e na coerência. O processo de renovação do CFM só acontece a cada cinco anos. Estou certo que você não perderá a chance de construir um futuro alvissareiro.
Opinião
Consentimento Livre e Esclarecido
Clóvis Francisco Constantino
Diretor Corregedor do Cremesp
“Consentimento não é, portanto, mera formalidade, mas um princípio deontológico e bioético da boa prática médica”
É necessária a adequada compreensão do que significa tão importante dispositivo na assistência à saúde nos tempos modernos. O conceito tem inúmeras denominações, como consentimento informado, pós-informação, após informação, entre outros, uma expressão em inglês, informed consent.
Importante notar-se que não estão sendo usadas aqui, as expressões “Termo de” e “Formulário de”, que implicam a existência de impressos padrões de autorização de procedimentos fornecidos aos pacientes, para lerem e assinarem. Não se trata disso. O que expomos é o imperativo ético da adequada informação aos pacientes.
Consentimento informado é o registro em prontuário de uma decisão voluntária, por parte do paciente ou de seus responsáveis legais, tomada após um processo informativo e esclarecedor, para autorizar um tratamento ou procedimento médico específico, consciente de seus riscos, benefícios e possíveis consequências. Deve documentar que o paciente foi informado a respeito das opções de tratamento, se existirem1.
Mesmo que, em situações de maior complexidade, seja solicitado ao paciente ou seus responsáveis que tomem ciência e assinem um “Termo”, tal fato não dispensa, do ponto de vista ético, o apropriado e detalhado diálogo médico-paciente esclarecedor e o registro de todo esse processo no Prontuário do Paciente.
É dever de nós, médicos, recomendarmos a decisão mais adequada com base nas melhores evidências científicas. Consentimento não é, portanto, mera formalidade, mas um princípio deontológico e bioético da boa prática médica.
Documentar que essas informações foram transmitidas e compreendidas é o espírito do consentimento informado, que pode ser revogado a qualquer momento1. Expressa o respeito ao direito do paciente ou seus responsáveis de decidir, de modo esclarecido, a respeito de quaisquer atos médicos a serem praticados.
Referência:
1 - Hirschheimer MR, Constantino CF, Oselka GW. Consentimento informado no atendimento pediátrico in editorial, Rev Paul Pediatr 2010;28(2):128-33