CAPA
EDITORIAL (pág. 2)
Renato Azevedo Júnior - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág. 3)
Beatriz Rodrigues Abreu da Costa, presidente da ANMR
MELHORES MÉDICOS (pág.4)
Premiações ferem o Código de Ética
SAÚDE SUPLEMENTAR (pág.5)
Entidades médicas propõem melhorias para o cooperativismo
ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL (pág.6)
AMB apresenta diretrizes para revalidação de título de especialista
EXAME DO CREMESP (pág.7)
Entidades manifestam apoio à obrigatoriedade
EXAME DO CREMESP (pág.8)
Escolas médicas aprovam decisão
EXAME DO CREMESP (pág.9)
Prova manterá nível de dificuldade das versões anteriores
HONORÁRIOS MÉDICOS (pág.10)
Médicos paralisam atendimento aos planos de saúde em 6 de setembro
AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág.11)
Toma posse nova diretoria do Sindimed
COLUNA CFM (pág.12)
Artigos dos representantes do Estado de São Paulo no Conselho Federal de Medicina
PEMC (pág.13)
Atualização profissional promovida pelo Cremesp na capital e no interior
BIOÉTICA (pág.15)
A judicialização da saúde no banco dos réus
HOSPITAIS FILANTRÓPICOS (pág.16)
Santas Casas pedem socorro
GALERIA DE FOTOS
SAÚDE SUPLEMENTAR (pág.5)
Entidades médicas propõem melhorias para o cooperativismo
Médicos querem que Unimed seja referência de honorários e relação ética com os profissionais
Representantes de entidades e de cooperativas médicas presentes no Fórum de Cooperativismo
A crescente expansão do mercado de saúde suplementar, a omissão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na regulação entre médicos e operadoras, falhas na legislação dos planos de saúde, remuneração justa e valorização profissional para os médicos, além da saúde financeira e as iniciativas das cooperativas médicas para melhorar o sistema, foram debatidas durante o Fórum de Cooperativismo Médico, promovido no dia 27 de julho, pela Associação Paulista de Medicina (APM).
Estiveram presentes representantes das entidades médicas Cremesp, APM e Simesp, e da Unimed do Brasil, Federação das Unimeds do Estado de São Paulo (Fesp) e Central Nacional da Unimed. Pelo Cremesp, participaram o presidente Renato Azevedo, os diretores Denise Barbosa e Ruy Tanigawa, e os conselheiros Akira Ishida, Isac Jorge e Renato Françoso.
Azevedo destacou que o valor pago por consulta das cooperativas, de R$ 46,03, está abaixo da média das seguradoras, situado em R$ 65,47. Também mencionou que enquanto as empresas de saúde suplementar tiveram seus faturamentos alavancados em 197,8%, a evolução da remuneração médica alcançou apenas 64,7%, de 2003 a 2011. Ele apontou a inexistência de uma data-base anual para reajuste de honorários e de datas e prazos para pagamentos e multas por atraso; a não adoção da CBHPM como parâmetro mínimo de remuneração; as glosas injustificadas de procedimentos e a quebra de dados sigilosos dos pacientes como problemas na relação com as operadoras.
Dificuldades
“A ANS tem tentado intervir, transferindo para os médicos a qualidade dos planos de saúde, inclusive estabelecendo tempo de espera para consultas e procedimentos. Mas o que ocorre é que o médico está cada vez com mais dificuldade financeira para manter seu consultório e se vê obrigado a restringir sua agenda”, disse Azevedo.
“Precisamos que a Unimed seja referência de honorários e relação ética com os médicos e sociedade”, pediu Florisval Meinão, presidente da APM. Ele mencionou que a cooperativa cobra caro dos médicos que ingressam no sistema, o que tem inviabilizado que mais profissionais possam atuar no sistema. Cid Carvalhaes, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), destacou que a prática de honorários na Unimed não é uniformizada, mesmo considerando o princípio cooperativo de que o médico seria dono da própria empresa. “Defendo um novo marco regulatório para a saúde suplementar e um debate consistente sobre a formulação da lei de planos junto à ANS”, afirmou.
Singulares da Unimed têm autonomia para reajustar honorários
A Unimed do Brasil anunciou reajuste nos honorários durante o Fórum de Cooperativismo Médico, mas as singulares são autônomas para fixarem os valores, podendo variar de R$ 40 a R$ 80, algumas abaixo da média das operadoras no Brasil, de R$ 45,33.
De acordo com Eudes de Freitas Aquino, presidente da Unimed do Brasil, o reajuste recomendado é de 15% de defasagem da 5ª edição da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) – a partir de agosto. “A intenção é que se chegue ao valor pleno de forma escalonada”, afirmou. A Unimed do Brasil atua com 112 mil médicos cooperados e 18,4 mil usuários, sendo 21,7 mil médicos e 5,2 milhões de beneficiários no Estado de São Paulo.
Contratualização
ANS quer reverter desvalorização do trabalho médico
Longo e Renato: reajustes dos honorários médicos não acompanham crescimento do setor
O Cremesp reafirmou a necessidade de a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) assumir seu papel legítimo de regulação entre empresas, profissionais e população, prevenindo distorções na saúde suplementar, durante a visita do presidente da Agência, André Longo, à sua sede, em 7 de agosto. Ele foi recebido pelo presidente do Conselho, Renato Azevedo, pelo vice-presidente, Mauro Aranha, e pelo diretor 1º secretário, Bráulio Luna Filho.
“Embora a ANS tenha publicado, em maio, a Instrução Normativa nº 49, que impõe cláusula de reajuste nos contratos, ela não regula a relação entre as operadoras e os médicos prestadores de serviços. E ainda não resolve o problema da defasagem dos honorários, permitindo que isso continue a ocorrer”, lembrou Azevedo.
Longo enfatizou a iniciativa da ANS de reverter a situação de desvalorização do trabalho dos médicos que atendem os planos de saúde, compartilhando com a classe médica a opinião de que os reajustes dos honorários profissionais não acompanham o crescimento do setor suplementar.
Histórico
Lideranças médicas entregaram propostas à ANS para normatizar os critérios para contratação de profissionais pelas operadoras, em abril. Por meio da Comissão de Saúde Suplementar – composta por representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) – pediram que sejam estabelecidos reajustes anuais dos valores pagos aos pres-tadores de serviços e parâmetros para fixação de honorários e para o credenciamento/descredenciamento dos planos de saúde, entre outros pontos.