São João da Boa Vista e Amparo debatem prontuário médico

Denise e Françoso, em São João da Boa Vista: proximidade com os médicos locais

Médicos do Interior esclareceram dúvidas profissionais e estreitaram sua relação com o Cremesp durante eventos realizados no mês de maio. Os profissionais de Amparo escolheram os temas Prontuário Médico e Julgamento Simulado para ser discutidos com os colegas na Unimed da cidade no dia 3 de junho, em evento organizado pela Delegacia Regional de Bragança Paulista. De acordo com Denise Barbosa, conselheira do Cremesp responsável pelas Delegacias do Interior, os profissionais da região afirmaram que o Conselho está mais próximo e integrado às necessidades locais.

“É importante dar continuidade aos eventos de temas éticos para conversar e continuar se aproximando dos médicos”, explica Denise.

Na sequência, médicos de São João da Boa Vista puderam esclarecer assuntos relacionados à temática do Prontuário Médico, no dia 10, a pedido do Departamento Regional de Saúde do município, onde se realizou a reunião. O conteúdo abordado permitiu aos médicos tirar dúvidas e esclarecer assuntos relacionados à temática. O conselheiro Renato Françoso Filho, representante suplemente do Estado de São Paulo no CFM, também participou dos encontros.

Ambas as palestras reuniram cerca de 40 médicos cada uma. “Ao realizar eventos como este, o Conselho informa médicos que estão pouco orientados sobre o assunto. As palestras ressaltaram a importância da confecção de prontuários, resultando em mudanças na postura dos médicos em relação à prática”, conta Françoso.

Clube do Fígado

Metástases hepáticas foram alvo das discussões

Perini (com microfone): melhor conduta para paciente com pequena e única metástase

Dois casos de pacientes portadores de metástases hepáticas de câncer colorretal tematizaram a  reunião do Clube do Fígado, realizada na sede do Cremesp, no dia 5 de junho. Coordenada pelo Serviço de Cirurgia de Fígado da Faculdade de Medicina da USP e com Marcos Vinicius Perini como moderador, o encontro discutiu ainda a melhor conduta em paciente com pequena e única metástase.

“O Clube do Fígado vem crescendo a cada ano em decorrência do interesse crescente pela especialidade e pela possibilidade do contato direto entre diversos especialistas”, afirma Paulo Herman, coordenador desta edição e professor da Faculdade de Medicina da USP. Ele ainda acrescentou que os debates permitem a troca de experiências e a discussão personalizada não só dos casos apresentados formalmente durante as reuniões, mas também de outros trazidos para discussão informal, após o encerramento.

Além da presença de especialistas em hepatologia clínica, cirurgiões do fígado, radiologistas e anatomopatologistas dos setores de Cirurgia do Fígado da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, Faculdade de Medicina da USP e Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, que coordenam os encontros, a palestra contou ainda com a audiência de médicos especialistas das cidades de Campinas, Santos e São José do Rio Preto por meio de teleconferência. Essas delegacias participam do evento desde a reunião anterior, de 8 de maio.

Literatura

Livro relata atendimento médico em Cangaíba durante ditadura militar

As aventuras e riscos de um grupo de jovens estudantes de Medicina, trabalho que se transformou em um dos mais importantes movimentos de saúde pública da cidade de São Paulo estão registradas no livro Os médicos do Cangaíba – Viver é gostar de gente. A publicação da Editora Fênix, organizada pela jornalista e escritora Judith Parra, teve lançamento no dia 11 de junho, na Livraria da Vila, em São Paulo.

A obra traz a trajetória de Nacime Mansur, diretor 2º tesoureiro do Cremesp e superintendente dos hospitais afiliados da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM); Henrique Sebastião Francé, delegado superintendente da Delegacia Metropolitana da Zona Leste do Cremesp; Gilberto Natalini (PV), vereador de São Paulo; e Walter Feldman, deputado federal (PSDB -SP), que estavam entre os dez médicos e três estudantes da Escola Paulista de Medicina que atendiam voluntariamente a população carente de Cangaíba.

A história tem seu início em janeiro de 1976, durante o regime de exceção do governo militar, com jovens que acreditavam que o exercício da Medicina era não só o cuidado com a saúde física, mas a oportunidade de levar às pessoas desprovidas de serviços públicos básicos e essenciais a consciência dos seus direitos. Eles davam informações e os ajudavam a se organizarem na busca por melhores condições de saúde e de vida. Mas as restrições de liberdade e a repressão política vividas no Brasil transformavam essa atividade em ações arriscadas e perigosas para os médicos.