CAPA
EDITORIAL (p. 2)
Renato Azevedo Júnior - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (p. 3)
Florisval Meinão
FÓRUM SPDM (p. 4)
Perspectivas para a próxima década
CADASTRO MÉDICO (p. 5)
Vínculos empregatícios no CNES
QUEIMADOS (p. 6)
Protocolo de Tratamento de Emergência das Queimaduras
MOVIMENTO MÉDICO (p. 7)
Tentativas de negociação por melhores honorários prosseguem
FINANCIAMENTO DA SAÚDE (p. 8)
Ato público pela liberação de verbas para a Saúde
SUS (p. 9)
Suspensa transferência de leitos públicos para a saúde suplementar
PRONTOS-SOCORROS (p.10)
Plenária temática
TERMINALIDADE DA VIDA (p. 11)
Fórum coordenado pela Casa discutiu ortotanásia
COLUNA DO CFM (p. 12)
*Representantes de SP no Conselho Federal de Medicina
ANUIDADE 2012 (p. 13)
CFM define valores para o próximo ano
LEGISLAÇÃO (p. 14)
Resolução nº 1974/2011
CIRROSE HEPÁTICA (p. 15)
Transplante de fígado
BIOÉTICA (p. 16)
Os dependentes em situação de rua
GALERIA DE FOTOS
EDITORIAL (p. 2)
Renato Azevedo Júnior - Presidente do Cremesp
Avanços conseguidos, o movimento continua
“Os valores devem ser cuidadosamente analisados, considerando o impacto real na remuneração e o compromisso da operadora com os balizadores do movimento”
Deflagrada no dia 7 de abril, está em curso uma das maiores mobilizações da história do movimento médico brasileiro. A batalha contra a prática predatória dos planos de saúde, tão bem conduzida pelas nossas entidades, só avançou porque conta com a participação e o reconhecimento de milhares de médicos indignados e com o apoio de várias organizações da sociedade civil.
Em São Paulo, maior mercado da assistência médica suplementar, Cremesp, APM, Simesp, demais Sindicatos do Estado e Sociedades de Especialidades têm obtido avanços nas negociações com as operadoras, graças à nossa mobilização.
Pressionadas pelos médicos e pela opinião pública, várias empresas colocaram à mesa propostas de reajuste de honorários, significativas em termos percentuais. Mas os valores merecem ser cuidadosamente analisados pelas entidades, considerando o impacto real na remuneração dos médicos e o compromisso futuro das operadoras com os balizadores do movimento: implantação plena da CBHPM, consulta no mínimo a R$ 80, reajuste anual nos contratos e fim das interferências na autonomia do médico.
Não podemos abrir mão da reparação das perdas acumuladas. Em 12 anos, os índices de inflação registraram 120%, o reajuste dos planos de saúde somou 150% e os honorários médicos não receberam sequer aumento de 50%. Por outro lado, todos os indicadores econômicos são favoráveis às operadoras. O setor nunca assistiu tamanha ascensão e cresce mais de 10% anualmente, o que significa 4 milhões de novos usuários por ano. No último ano, obteve uma receita de R$ 72,7 bilhões, 13% a mais que em 2009, montante superior ao orçamento destinado pelo governo federal a todo o SUS, que cobre muito mais que a assistência médica e atende parcela três vezes maior da população.
O lucro dos planos é exorbitante. A maior operadora faturou R$ 4,3 bi em 2010, aumento de mais de 16% em relação a 2009, um crescimento econômico superior ao da China. Ou seja, nós médicos estamos, de certo modo, financiando este vertiginoso incremento.
O cenário é oportuno para que se faça justiça e os médicos sejam valorizados, em benefício também da população que utiliza os planos de saúde. Somente um movimento forte e permanente poderá assegurar essa vitória. Convocamos a todos que participem da mobilização do próximo dia 21 de setembro, nossa próxima etapa de luta pela valorização do trabalho médico na saúde suplementar.
Opinião
Fazendo o que o MEC deveria fazer
Carlos Alberto Herrerias de Campos
Diretor primeiro-secretário do Cremesp
“As más faculdades formam maus profissionais e o MEC oficializa seus diplomas”
Não adianta ao Cremesp apenas punir e por vezes, juntamente com o CFM, até banir da profissão os maus médicos. Lutamos pela formação acadêmica adequada no país, isto é, evitando os erros médicos inerentes às deficiências das faculdades que formam os maus profissionais. Muitas delas são criadas e mantidas por conchavos políticos e interesses financeiros escusos. E o MEC, a quem caberia controlar efetivamente a qualidade do ensino, fecha os olhos a essas mazelas e não cumpre sua obrigação.
Sabemos que nas escolas médicas são raras as reprovações de alunos. O controle interno não é feito e eles se formam sem o conhecimento exigível para um bom exercício profissional. Caberia ao MEC exercer uma fiscalização externa na formação desses médicos, porém isso também não ocorre. Ao contrário, age na contramão, pois além de não fechar as ruins, constantemente autoriza a criação de novas faculdades, em locais sem mínimas condições técnicas.
As más faculdades formam maus profissionais e o MEC oficializa seus diplomas. Depois, em função cartorial, cada Conselho Regional os registra e fornece as credenciais que permitem que tais médicos exerçam a profissão em cada Estado. Só a partir de então os Conselhos podem controlar a atuação profissional, em função dos erros e das desgraças a que a saúde das pessoas é submetida.
O Cremesp tem gasto parte do dinheiro arrecadado das anuidades dos médicos paulistas para realizar, de forma imparcial, honesta, justa e categórica, uma avaliação externa dos médicos que se formam em Medicina em SP, o Exame do Cremesp. E denunciado os resultados insatisfatórios dessas avaliações. Só não enxerga quem não quer ver. Se isso acontece no Estado mais rico da União, parece óbvio o que ocorre nos demais.
Estamos em diálogo com as escolas médicas, levando até elas nossa proposta de ampliação do Exame do Cremesp para alunos que terminam o segundo, quarto e sexto anos. Continuaremos insistindo, apesar da oposição dos que julgam que têm a perder com os resultados de nossa atuação, procurando constantemente aprimorar os métodos de avaliação.