CAPA
EDITORIAL (pág. 2)
Presidência de Luiz Alberto Bacheschi: continuidade e aprimoramento das ações já implementadas
VIDA DE MÉDICO (pág. 2)
Delegado da Regional Leste conta sua trajetória profissional
GERAL 1 (pág. 4)
Tomaram posse, neste mês, novos diretores do CBC, da SAESP e da Socesp
GERAL 2 (pág. 5)
Levantamento mostra predomínio crescente de mulheres médicas
GERAL 3 (pág. 6)
Comentários de Renato Azevedo e Antonio Pereira sobre as novas coberturas aprovadas pela ANS
ESPECIAL (pág, 7)
Novos diretores à frente da Casa durante os próximos 15 meses
ENTREVISTA (pág. 8)
Metas e opiniões do novo presidente do Cremesp, Luiz Alberto Bacheschi
2ª DIRETORIA (pág. 9)
Conselheiros que estão à frente do Cremesp até 2011
ÉTICA & JUSTIÇA (pág. 10)
A fiscalização da atividade dos diretores das operadoras
GERAL 4 (pág. 11)
Declaração de óbito & índices reais da mortalidade materna no Brasil
GERAL 5 (pág. 12)
Destaques: artigos dos Conselheiros do CFM e agenda da presidência
ALERTA ÉTICO (pág. 13)
Análises do Cremesp ajudam a prevenir falhas éticas causadas pela desinformação
ESPECIALIDADE (pág. 16)
Os 110 anos do hospital do Juqueri, parte importante da história da Psiquiatria no país
GALERIA DE FOTOS
ENTREVISTA (pág. 8)
Metas e opiniões do novo presidente do Cremesp, Luiz Alberto Bacheschi
“O Cremesp é mais do que um órgão cartorial”
O novo presidente do Cremesp, professor doutor Luiz Alberto Bacheschi, é neurologista formado pela Faculdade de Medicina da USP, onde também concluiu a residência, o doutorado e a livre docência, coordenou o Programa de Residência Médica por 15 anos e presidiu a comissão de pós- graduação durante 10 anos. Além da experiência acadêmica, foi presidente da Academia Brasileira de Neurologia e membro dos conselhos deliberativo e científico da Associação Médica Brasileira. Confira, a seguir, opiniões e metas do presidente do Cremesp, que estará à frente do órgão nos próximos 15 meses.
Luiz Alberto Bacheschi, presidente do Cremesp
O senhor tem trajetória na universidade, em associações médico-científicas, é conselheiro do Cremesp e foi vice-presidente da entidade por duas gestões. Com qual campo de atuação mais se identifica?
Como eu disse no meu discurso de posse, tenho orgulho de todos os cargos e funções que já ocupei e dos títulos que recebi nestes 44 anos de atuação profissional. Mas o que mais me envaidece e pelo qual gostaria de ser lembrado, é ser médico. Poder mesclar a ciência e a arte em benefício do paciente, merecer um agradecimento, um sorriso e o reconhecimento sempre significaram para mim muito mais que qualquer cargo ou título.
O que norteará esta nova gestão do Cremesp?
A nossa gestão será de continuidade e aprimoramento das ações implementadas desde que assumimos o Cremesp, em 2008, quando os médicos elegeram a proposta da Unidade Médica. Creio que é possível avançar ainda mais em defesa dos médicos e da população, desde que haja um movimento médico forte, com a união das entidades, respeitando os espaços e atributos de cada uma. Nossa gestão será colegiada, dialogada com a diretoria e com a plenária de conselheiros, com a intensa colaboração dos cerca de 250 delegados e 300 funcionários do Cremesp.
Em 2010, espera-se a aprovação da lei federal que regulamenta a medicina, mas também é ano de eleições...
Este será, sem dúvida, um ano importante para a classe médica. Temos que nos mobilizar para a aprovação, no Senado, da lei que regulamenta a profissão e já passou pela Câmara dos Deputados. A opinião pública e os parlamentares já compreenderam a relevância do projeto, mas ainda restam resistências de outras profissões, o que só vamos superar com diálogo franco. Devemos aproveitar que é um ano de eleições e dizer claramente aos candidatos que os médicos não estão satisfeitos com os rumos do nosso sistema de saúde. Tanto o sistema público quanto os planos privados não valorizam os médicos e tratam mal a população. A eterna crise de financiamento do SUS e a falta de regulação da relação da saúde suplementar com os médicos são exemplos de omissões que devemos apontar.
As ações contra a abertura de escolas médicas continuam?
Na abertura de novos cursos há interesses econômicos e políticos, por isso quase sempre perdemos a batalha. Recentemente a comissão de especialistas do MEC conseguiu um feito inédito, convencer o governo federal a recusar a abertura de um curso em São Paulo, pois não havia necessidade social. Nos últimos cinco anos já provamos, com o Exame do Cremesp, de forma inequívoca, que o ensino médico vai de mal a pior. O problema maior não é a quantidade de escolas e de médicos, mas a péssima qualidade de profissionais colocados no mercado. Queremos atuar em duas frentes: manter o Exame do Cremesp e incentivar sua ampliação em nível nacional, inclusive discutindo a proposta de um exame obrigatório no fim do curso; e investir em educação continuada, com programas gratuitos do Cremesp voltados para médicos não especialistas, que correspondem a cerca de 45% dos médicos do Estado.
Além da educação continuada, como ficam os programas de saúde do médico e de promoção da saúde para o público em geral?
O médico paulista tem múltiplos empregos e jornada excessiva de trabalho. Dedica a vida cuidando do ser humano, mas muitas vezes não se ocupa de sua própria saúde. Por isso, o Cremesp irá manter a bem-sucedida rede de atendimento aos médicos dependentes de álcool e drogas; mas também realizaremos campanhas de prevenção do câncer, hipertensão e diabetes e do controle de fatores de risco, como o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo. O PESC (Programa de Educação em Saúde para a Comunidade) atingiu mais de 50 mil pessoas em 2009. Vamos agora avaliar essa importante iniciativa e definir os rumos do projeto.
Em abril, entrará em vigor o novo Código de Ética Médica. Como o Cremesp pretende divulgá-lo?
Da mesma forma que o Cremesp teve participação destacada na elaboração, devemos nos empenhar na divulgação e na discussão do novo Código com médicos e população. Desde dezembro, iniciamos uma “caravana ética”. O Cremesp esteve em 13 hospitais apresentando o Código e são reuniões excelentes, com ampla participação do corpo clínico. A promoção da ética médica será sempre nossa prioridade, por meio do Centro de Bioética, da Câmara de Biotética do Cremesp e de nossa participação em discussões atuais, como a ortotanásia e a atualização dos referenciais éticos para a reprodução assistida.
O Cremesp recebe cerca de 20 denúncias por dia, que geram abertura de sindicâncias. Como dar conta desta tramitação com 42 conselheiros?
São Paulo tem 40 milhões de habitantes e o Cremesp possui a mesma quantidade de conselheiros de estados pequenos da federação. Temos obrigação de fiscalizar 100 mil médicos e 34 mil empresas e estabelecimentos médicos em todos os Estados. Para isso, realizamos centenas de vistorias e realizamos mais de 1,2 mil audiências por ano. Mesmo com a atuação dos conselheiros suplentes, agora legalizada, e com o envolvimento dos nossos delegados, é um contingente insuficiente. A lei dos Conselhos, de 50 anos atrás, foi alterada em 2004, mas não contemplou a necessidade administrativa do Cremesp. Mesmo com esses empecilhos, temos nos esforçado para dar celeridade aos processos éticos, sempre lembrando que o Cremesp tem uma atuação ampla, é muito mais do que um órgão cartorial.
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