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CAPA

EDITORIAL (JC pág. 2)
Cremesp apoia decisão do MEC que impede a abertura de novos cursos no Estado


ENTREVISTA (JC pág. 3)
Luiz Roberto Ramos: a depressão é a principal doença mental deste século


ATIVIDADES 1 (JC pág. 4)
Atualização profissional gratuita nas cidades do interior paulista


ATIVIDADES 2 (JC pág. 5)
Cremesp visita hospitais para esclarecer dúvidas sobre o novo Código


ATIVIDADES 3 (JC pág. 6)
Cerimônia homenageou aqueles que fizeram a diferença na prática médica


GERAL 1 (JC pág. 7)
Portaria proíbe, oficialmente, a abertura de escolas médicas no Estado


MEDICINA LEGAL (JC págs. 8 e 9)
Encontro abordou temas complexos inerentes a acidentes de grandes proporções


ÉTICA & JUSTIÇA (JC pág. 10)
Acompanhe como agir diante de um processo ético-profissional


GERAL 2 (JC pág. 11)
Diretora do Cremesp analisa a atuação das cooperativas médicas no país


VIDA DE MÉDICO (JC pág. 12)
A dedicação, incondicional, deste ortopedista à prática médica, é exemplo de profissionalismo


COLUNA DO CFM (JC pág. 13)
Callegari e Françoso inauguram coluna como novos representantes de São Paulo


ALERTA ÉTICO (JC pág. 14)
Análises do Cremesp ajudam a prevenir falhas éticas causadas pela desinformação


GERAL 3 (JC pág. 15)
Ações sociais do Cremesp levam informações de saúde até a periferia da cidade


ESPECIALIDADE (JC pág, 16)
Na série de matérias especiais, a hora e a vez da...


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Edição 265 - 11/2009

ENTREVISTA (JC pág. 3)

Luiz Roberto Ramos: a depressão é a principal doença mental deste século


“A qualidade de vida é o termômetro da saúde”

A alta competitividade entre os indivíduos nos grandes centros urbanos, levando a batalhas diárias por dinheiro, status e até sobrevivência, traz consigo um grande ônus: a perda da qualidade de vida. Sujeitas ao estresse, poluição e má alimentação, as pessoas adoecem cada vez mais cedo e por mais tempo. Em entrevista ao Jornal do Cremesp, o médico Luiz Roberto Ramos (foto) fala sobre as causas dessas novas enfermidades, do por quê a população idosa está mais sujeita a esses riscos e faz uma análise das consequências e possíveis comorbidades decorrentes dos transtornos mentais. Ramos é graduado pela Escola Paulista de Medicina, atual Unifesp, com Residência em Pediatria e Medicina Preventiva pela mesma instituição. Desde 1991, dirige o Centro de Estudos do Envelhecimento da universidade.


O que significa ter qualidade de vida, em termos de saúde pública?
É o estado de bem-estar da pessoa, que é subjetivo, e envolve várias dimensões da vida. Quando a pessoa mede sua qualidade de vida, ela está considerando o estado de saúde, o financeiro, a convivência familiar e social, se está ou não trabalhando. Enfim, tudo isso proporciona à pessoa a sensação de estar bem ou mal. É preciso juntar todas essas dimensões para entender a qualidade de vida de uma pessoa.

Como São Paulo, a 5ª maior cidade mais populosa do mundo, situa-se nos níveis de qualidade de vida?
Não tenho conhecimento de estudos mundiais que comparem diferentes cidades e a qualidade de vida de seus habitantes, mas podemos sustentar que uma cidade como São Paulo, com os níveis de estresse a que os cidadãos estão submetidos, devido ao trânsito, à correria, a falta de segurança e a receios, é uma cidade que, de certa forma, atenta contra a qualidade de vida das pessoas.

A qualidade de vida influencia diretamente o surgimento de doenças?
Um componente importante da qualidade de vida é o estresse, que é um fenômeno que está se tornando cada vez mais comum, seja o do dia a dia, o econômico ou o mental. Isso acaba afetando a qualidade de vida das pessoas e serve como fator de risco para muitas doenças, principalmente as que têm o componente mental, tais como depressão e ansiedade.

O programa de prevenção de doenças do sistema público de saúde é efetivo?
O sistema público de saúde, assim como o privado, está começando a dar atenção agora para a mudança de paradigmas. Isso quer dizer que nós vivíamos em um cenário no qual a população de maior risco era a infantil, com doenças infecciosas, fáceis de identificar e de tratar, a baixo custo. Nesse paradigma, ou você curava a criança ou ela acabava morrendo. No atual, a população de risco é a idosa, com doenças crônicas que, após serem diagnosticadas, podem ser cuidadas pelo restante da vida, por meio de tratamentos longos, caros e complexos, mas que não solucionam os problemas. A pessoa não se cura, e nem vai morrer rápido. Nesse novo paradigma, a qualidade de vida é o termômetro da saúde. O sistema ainda não começou a se utilizar disso para se autoavaliar. Vai chegar um dia em que isso fará parte do arsenal do atendimento. Assim como se mede a temperatura, uma avaliação da qualidade de vida deverá ser feita para saber se aquele tratamento é adequado e está surtindo efeito.

A relação médico-paciente pode auxiliar na melhoria da qualidade de vida?
Esta relação é muito importante na condução dos casos clínicos. O paciente que estabelece uma relação com seu médico tem muito mais chances de se tratar adequadamente e de melhorar. A boa relação influi diretamente na qualidade do atendimento e, consequentemente, na qualidade de vida do paciente.

Em casos de doenças incuráveis, o papel do médico assume maior relevância?
Com certeza. A doença incurável obriga um tratamento contínuo e prolongado. Essa relação do médico com o paciente, nesses casos, é mais importante ainda do que quando o paciente tem uma doença aguda. O médico interfere, faz um tratamento e, em 15 dias, a pessoa está boa, mas a relação com o paciente pode nunca mais existir.

Como um idoso pode manter a qualidade de vida em grandes centros urbanos?
O idoso é a pessoa que mais frequentemente apresenta doenças crônicas que, para serem avaliadas, precisam de uma análise da qualidade de vida. É uma situação em que não se tem o parâ-metro da cura, mas sim o  grau de sofrimento daquele paciente e se, com o tratamento, sua qualidade de vida melhorou. O que o médico pode fazer é controlar bem a doença desse paciente, captar os sintomas e não deixá-lo ter agravos pela doença. Mas a qualidade de vida é mais que isso, depende do lugar onde ele mora, o trabalho que ele tem, entre outros parâmetros.

Uma pesquisa recente do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas aponta que 45% da população da Grande São Paulo já sofreu de algum transtorno mental. Estes distúrbios podem estar diretamente ligados à qualidade de vida?
Este está sendo considerado o século do cérebro, da doença mental. E a principal delas é a depressão. Ela é a que mais incapacita pessoas no mundo. Tira a capacidade do indivíduo de se autogerir, a vontade de viver e a autonomia. É uma doença que tem a ver com o estresse das grandes cidades e altera fundamentalmente a qualidade de vida nos centros urbanos.





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