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CAPA

EDITORIAL (JC pág. 2)
"Complexa e polêmica, a reprodução assistida desperta intenso debate mundial" - Henrique Carlos Gonçalves


ENTREVISTA (JC pág. 3)
A dedicação da médica fisiatra Linamara Battistella na atenção a pessoas com necessidades especiais


ATIVIDADES 1 (JC pág. 4)
Diretores, conselheiros e parlamentares discutem aumento de recursos no SUS


ATIVIDADES 2 (JC pág. 5)
Conduta Inicial no Trauma foi tema de atualização profissional ministrada no interior do Estado


ENSINO MÉDICO (JC pág. 6)
Debate promovido pelo Cremesp reuniu acadêmicos e entidades para discutir a graduação no país


EXAME CREMESP (JC pág. 7)
Confira o que pensam os acadêmicos de Medicina sobre o exame do Cremesp


ÉTICA MÉDICA 1 (JC pág. 8)
Resolução publicada pelo CFM em 17 de setembro estabelece o novo Código de Ética Médica


ÉTICA/JUSTIÇA (JC pág. 10)
Novo Código de Ética Médica comentado pelo coordenador de nosso Departamento Jurídico


ÉTICA MÉDICA 2 (JC pág. 11)
Serviço de Apoio, parceria do Cremesp & Uniad, completa sete anos


GERAL 1 (JC pág. 12)
Vida de Médico mostra que escolha da profissão é movida, acima de tudo, pela vontade de ajudar


COLUNA CFM (JC pág. 13)
Clóvis Francisco Constantino e Isac Jorge Filho se despedem de seus mandatos


ALERTA ÉTICO (JC pág. 14)
Análises do Cremesp ajudam a prevenir falhas éticas causadas pela desinformação


GERAL 2 (JC pág. 15)
Programa de Educação em Saúde para a Comunidade, do Cremesp, avança pelos bairros da cidade


GALERIA DE FOTOS



Edição 263 - 09/2009

GERAL 1 (JC pág. 12)

Vida de Médico mostra que escolha da profissão é movida, acima de tudo, pela vontade de ajudar


“Medicina não é negócio. Seu intuito é ajudar as pessoas”


A equipe UBS Jardim Boa Vista: trabalho comunitário

A decisão de Marco Antonio Silva dos Santos em se tornar médico foi influenciada pelo pai, que também escolheu a Medicina. Não foi, porém, somente a profissão do pai que o inspirou, mas também sua humanidade no trato com os pacientes.
 
Formado em 2002 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Fmusp), Santos, hoje com 32 anos, descobriu na Unidade Básica de Saúde (UBS) e no Programa Saúde da Família (PSF) o verdadeiro sentido de fazer medicina. “Quando descobri a Medicina da Família e Comunidade foi uma possibilidade de continuar atuando como clínico e, ao mesmo tempo, trabalhar com grupos terapêuticos junto à comunidade, por meio de visitas domiciliares, olhando para a questão da saúde coletiva e pública”, conta o médico.

Foi em Porto Alegre que Marco cursou dois anos Residência em Médico da Família e Comunidade no Grupo Hospitalar Conceição. A especialidade ainda não existia em São Paulo, e teve início na cidade justamente no ano em que Santos retornou para a Capital paulista. 

Já em 2005 o médico começou seu trabalho na UBS Jardim Boa Vista, no distrito de Raposo Tavares, onde trabalha ainda hoje. Durante dois anos esteve à frente da unidade como gerente. E já teve a oportunidade de ser orientador de quatro residentes que por lá passaram.

Santos vê a saúde como um direito de todo cidadão e diz que todos os médicos deveriam ter a oportunidade de trabalhar no sistema público. “É muito importante os médicos trabalharem no Sistema Único de Saúde (SUS) porque é muito gratificante. Não é simplesmente um emprego, é participar da transformação da saúde como direito de todos”, declara o médico.

Um dos grandes problemas da profissão, segundo ele, é a transformação da medicina em negócio. “Essa mercantilização da prática médica vem desde a formação. O atual currículo da graduação não está adequado às necessidades da população. Ele visa à especialização e não ao coletivo”, alerta Santos.

Outro problema que ele vê é a enorme demanda que os postos de atendimento primário têm de enfrentar. “Existe atualmente uma relação de três mil pacientes para cada equipe do PSF”, argumenta. Segundo Santos, em países onde a medicina é mais desenvolvida, como Espanha, Cuba, Inglaterra ou Canadá, esse número cai para 600 pacientes por médico. “Nesses países onde a atenção primária é mais bem estruturada, metade dos médicos tem especialização em Médico da Família. Aqui no Brasil a realidade está muito longe disso”, lamenta Santos, que diz ser baixa a procura por essa especialização. Na sua opinião, isso acaba por desgastar e gerar uma demanda sufocante para os médicos. “Esse é uma dos motivos que afastam os profissionais do serviço público”, avalia.

Idealista, Santos acredita ser possível uma mudança de rumo da sociedade, de forma que os recursos médicos sejam divididos igualitariamente entre todos e não haja distinção entre quem pode ou não pagar por uma consulta:  “O médico deve fazer parte dessa disseminação. Sempre atuei no SUS, nunca trabalhei e não quero trabalhar no setor privado, se assim puder. Acho essa uma atitude que os médicos deveriam defender mais”. 
 
Para Santos, quem perde com essa situação não é somente a população, mas também os médicos, pois é o trabalho nos serviços de atenção primária ou no PSF que possibilita o acompanhamento contínuo dos pacientes. “Isso traz a vantagem de os médicos conviverem e desenvolverem um relacionamento próximo com seus pacientes. É a oportunidade de crescer profissionalmente e ajudar a vida de seus pacientes, tornando-a mais alegre, bonita e feliz”, acredita.


Comissão Pró-SUS
Mobilização nacional dos médicos será em 21 de outubro


A Comissão Nacional Pró-SUS, Remuneração e Trabalho Médico prepara uma mobilização nacional para chamar a atenção de parlamentares sobre o reajuste dos honorários da tabela SUS, com a adoção da Classificação Brasileira de Honorários Médicos (CBHPM); salário mínimo profissional de R$ 7.503,18; implantação de Plano de Cargos, Carreira e Salários; e ainda uma carreira de Estado. O objetivo é conter a precarização do trabalho e a ausência de médicos nos pequenos municípios e regiões de difícil acesso. A data foi fixada para 21 de outubro, definido como Dia Nacional de Luta.

A manifestação irá ressaltar as precárias condições de trabalho e a baixa remuneração no SUS em atos públicos, passeatas, entrevistas coletivas, cafés da manhã com parlamentares, audiências públicas e visitas aos hospitais, entre outras atividades organizadas por entidades médicas em todos os Estados do País.

Álcool e drogas
Pacientes são dependentes de múltiplas substâncias

Entre os pacientes, 37% apresentaram grau de dependência grave de álcool, e 30%, leve. Em 38% dos casos, os pacientes apresentaram grau de problemas relacionados ao uso de drogas em nível severo e, 2%, em nível leve. Dos 96 pacientes em tratamento, 75% tiveram alta clínica e apenas 3% abandonaram o tratamento.

O levantamento mostra que 41% dos internados estavam desempregados, 55% são solteiros, 30% concluiram o ensino médio e 7% o superior. Em relação à situação financeira, 29% possuem renda familiar entre dois e três salários mínimos e 21%, acima de cinco salários mínimos. A faixa etária média dos pacientes é de 34 anos.

Entre as comorbidades, os pacientes apresentam transtorno afetivo bipolar, transtornos de personalidade, depressão recorrente, esquizofrenia, jogo patológico, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.

O tratamento na clínica é gratuito e os pacientes são encaminhados pelos prontos-socorros, UBS, serviços ambulatoriais, enfermaria psiquiátrica de hospital geral ou Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Os pacientes recebem tratamento multidisciplinar, que conta com terapeutas ocupacionais, nutricionista, educador físico, psiquiatras, psicólogos, conselheiros em dependência química, enfermagem, serviço social, entre outros.

Quase a metade dos pacientes (48%) da primeira clínica pública para dependentes é viciada em mais de uma substância, de acordo com levantamento realizado com os 96 internados na Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas de São Bernardo (Uniad - campus São Bernardo do Campo). As drogas usadas mais comuns são cocaína, crack, maconha, álcool e cigarro. A predominância de múltiplas substâncias se deve ao fácil acesso, adicionada às características de comportamento dos pacientes, associadas à impulsividade e compulsões diversas (sexo, jogos, compras).


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