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CAPA

EDITORIAL (JC pág. 2)
Henrique Carlos Gonçalves: o ensino médico no país necessita de reformas urgentes


ENTREVISTA (JC pág. 3)
Em entrevista, Roberto D’Ávila, vice-presidente do CFM, fala sobre a revisão do Código de Ética Médica. Necessária e inadiável...


ATIVIDADES 1 (JC pág, 4)
Cremesp e entidades médicas obtém liminar para TISS eletrônica no Estado de São Paulo


ATIVIDADES 2 (JC pág, 5)
Portais do Cremesp: usuários podem conferir grandes novidades, no layout e no conteúdo, preparadas para 2009


ESPECIAL 1 (JC pág. 6)
Confira as atribuições do Cremesp e de seus conselheiros à frente da instituição


ESPECIAL 2 (JC pág. 8)
Residência Médica: estudo mostra que a grande maioria de egressos atende no setor privado


ÉTICA & JUSTIÇA (JC pág. 10)
Atenção para a nova interpretação do Judiciário no que diz respeito à má prática da Medicina em hospitais


ENSINO MÉDICO (JC pág. 11)
Conselho reúne representantes de escolas médicas do Estado para avaliar resultados do Exame Cremesp 2008


HISTÓRIA (JC pág, 12)
HC da Faculdade de Medicina de Botucatu: atendimento especializado e de qualidade para pacientes de 68 municípios da região


GERAL 1 (JC pág. 13)
Vida de Médico - A ginecologista Rosa Emília Lacerda fala sobre seus 37 anos de carreira


ALERTA ÉTICO (JC pág. 14)
Internação compulsória para tratar alcoolismo é opção a ser considerada pelo médico?


GERAL 2 (JC pág. 15)
Destaque para a presença dos diretores do Cremesp na inauguração do Centro Cardiológico do Hospital Sírio-Libanês


2009 (JC pág. 16)
Cremesp deseja a todos um novo ano de realizações e paz


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Edição 255 - 12/2008

EDITORIAL (JC pág. 2)

Henrique Carlos Gonçalves: o ensino médico no país necessita de reformas urgentes


A necessária reforma do
ensino médico

As Faculdades públicas sofrem com a falta de investimento do governo e com a baixíssima remuneração aos professores; nas Escolas privadas o quadro se agrava, pois os empresários visam, obviamente, o lucro, sempre incompatível com as exigências de qualidade do ensino


O aprendizado da Medicina no Brasil é caro e exigente. A graduação em seis anos de estudo em período integral atinge perto de 11.000 horas/aula. Além disso, o ingresso nas boas e concorridas Faculdades de Medicina requer excelente preparo dos candidatos nos cursos fundamental e médio.

Na atualidade, face aos avanços da Medicina e da ciência, não basta a graduação de qualidade; a plena habilitação depende também da Residência Médica, com duração de dois ou mais anos, com carga horária de 60 horas semanais.

No Brasil, com o fenômeno de proliferação desgovernada de Escolas de Medicina, impõe-se de forma inequívoca a intervenção do Estado e de outras instituições conducentes à melhoria do ensino médico.

Os investimentos necessários para a boa formação dos médicos são extremamente altos. Não se aprende Medicina apenas com computadores, livros e modelos artificiais. A íntima interação com a assistência médica nos diferentes níveis de assistência hospitalar e ambulatorial de pacientes, prestada por professores altamente especializados e comprometidos com o ensino, é indispensável para que o aluno possa adquirir os conhecimentos, as habilidades e as atitudes necessárias ao exercício profissional.

Infelizmente, convivemos com Faculdades de Medicina de excelência, comparáveis com as melhores do mundo e com outras, cuja qualidade do ensino é extremante preocupante.

O resultado deste contraste é a formação de médicos com habilidades e práticas muito heterogêneas.

De um lado, os médicos que cursaram as Escolas de excelência tendem a ingressar nos bons programas de residência médica e se tornam profissionais competentes, superando até mesmo os formados em quaisquer Escolas renomadas dos países ricos.

Já, a maioria dos formandos das Escolas sem condições adequadas de ensino não ingressam na residência, pois sequer há vagas para todos, tampouco conseguem se especializar. Independente do esforço e da vontade individual, vítimas da desorganização do ensino médico no país, estes profissionais terão seu desempenho comprometido.
É neste conjunto de Faculdades e de alunos que o Estado e as entidades médicas devem agir. Para o exercício da Medicina não há que se admitir o “ruim e o péssimo”, mas, tão somente, “o bom e o ótimo”. Tal objetivo será atingido se agirmos com rigor na adequação do ensino.

As Faculdades públicas sofrem com a falta de investimento do governo e com a baixíssima remuneração aos professores; nas Escolas privadas, o quadro se agrava, pois os empresários visam, obviamente, o lucro, sempre incompatível com as exigências de qualidade do ensino.

O que deve ficar claro é que, tanto nas Escolas públicas – estatais e não estatais – como nas privadas, há consumo de recursos da sociedade. As isenções fiscais e as parcerias com unidades públicas de saúde são exemplos de investimentos públicos nas Escolas médicas privadas.

Tal fato, por si, deveria exigir que a abertura de novas Escolas e a manutenção das atuais obedecesse a critérios rígidos de custo – benefício e de efetiva necessidade social e não ser tratada como um negócio que, simplesmente por ser lícito, deve ser liberado incondicionalmente.

Caberia aqui uma ampla discussão sobre o que precisamos e pretendemos: mais médicos simplesmente, médicos melhor formados ou assistência médica melhor. Não é a maior quantidade de médicos, mas sim a qualidade destes profissionais que irá proporcionar a melhoria da atenção em saúde no Brasil.

Não é verdadeira a tese de que a abertura de novas Escolas ou o aumento do número de vagas das já existentes interfere positivamente na melhoria da assistência médica ou na distribuição territorial dos profissionais. O Brasil já é o segundo país no mundo com maior número de Escolas médicas e, nem por isso nossa população é bem assistida.

A boa formação do médico interfere, não só na melhoria da assistência, mas também no melhor aproveitamento dos recursos e na diminuição dos custos na atenção à saúde.

A concentração dos médicos se dá em torno de estruturas dotadas de recursos diagnósticos e terapêuticos atualizados, criando condições para a atuação digna dos profissionais. A existência de Escolas de Medicina, algumas sem locais adequados sequer à assistência médica, não têm o poder de fixar profissionais em seu entorno.

A maioria das Escolas médicas, internamente, não avalia corretamente seus estudantes ao longo dos seis anos e não obriga a repetição dos estágios em que o aproveitamento não foi satisfatório.

O Exame do Cremesp e o Enade vêm demonstrando que as avaliações internas das Escolas médicas não são suficientes. Assim, se impõe a adoção de avaliações externas, obrigatórias e independentes, quer dos alunos, quer das Escolas.

As recentes medidas do Ministério da Educação, proibindo a realização de vestibulares e reduzindo o número de vagas oferecidas para as novas turmas das Faculdades com deficiências detectadas no Enade, embora numericamente tímida, demonstra ser um procedimento adequado para exigir a adequação do ensino ministrado. Se a Escola deficiente não se adequar em curto prazo será automaticamente extinta, com a proibição de realização de vestibulares.

É recomendável que as avaliações não se resumam a uma prova depois do final do curso ou uma fiscalização in loco a cada seis anos. Diante da complexidade e da extensão do curso de Medicina, tais procedimentos serviriam somente para evitar a entrada do graduado sem condições de exercício profissional no mercado de trabalho e para constatar fatos já consumados.

A correção das deficiências dos alunos deve ocorrer durante o curso, como obrigação da Escola que, por sua vez deve se aprimorar permanentemente, garantindo a boa formação. Feito isso, aí sim, a habilitação profissional deve ser precedida de uma avaliação final, que assegure a capacidade de exercício profissional dos formandos.


Henrique Carlos Gonçalves
Presidente do Cremesp


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