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Cremesp na Mídia


15-01-2006

Déficit de residência médica será de 4 mil vagas em 2008


Jornal Bom Dia (Bauru) - 15/01/2006 - Hiato de 30% na especialização acirra disputa e preocupa classe médica. A conselheira do CREMESP, Maria do Patrocínio Tenório Nunes, esclarece a relação entre residência médica e mercado de trabalho.


Sempre concorrido entre os vestibulares, o curso de medicina tem no mínimo 80, 90 candidatos por uma vaga, seja em universidade pública ou particular. Depois da formatura, após seis anos nos bancos e laboratórios da faculdade, é hora da residência médica.

O treinamento regulamentado que capacita o novo médico é mais concorrido que o vestibular em alguns hospitais e especialidades – ultrapassa 100 médicos por vaga.

Com as turmas de novos cursos de medicina abertos a partir de 1998, a projeção feita por pesquisadores da Universidade de São Paulo é que este déficit aumente 200%, passando de 1.500 vagas (2003) para cerca de 4.400 em 2008. Serão 11.548 graduados para 7.135 vagas de R1 (residência 1).

Apesar de 87% das vagas de residência credenciadas no país estar em situação regular, há uma carência geral de vagas e programas de residência médica no Brasil.

“A residência não é pré-requisito. O aluno se torna médico ao final do sexto ano, após o registro do diploma”, afirma a médica Maria do Patrocínio Tenório Nunes, conselheira do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) e representante da Associação Brasileira de Educação Médica.

Número de escolas aumenta a crise

A residência confere especialização e horas de trabalho prático, um quesito desejado pelo profissional e exigido pelo mercado de trabalho, aponta Maria Nunes.

A crise que a residência médica vive hoje não é apenas resultado dos problemas estruturais do sistema de saúde. A formação do médico especialista é financiada quase que totalmente com recursos públicos, independentemente da localização ou área do programa.

Os residentes queixam-se que os hospitais públicos estão sucateados, que trabalham demais e que o valor da bolsa é irrisório.

Do outro lado, a classe médica preocupa-se com o aumento das escolas de medicina (só no Estado de São Paulo são 28 instituições) e a qualidade de ensino e formação desses profissionais.

“Infelizmente, o Cremesp não tem poder de regulamentar a profissão”, lamenta a conselheira. “Hoje a luta é para enxugar o excesso de vagas de medicina e garantir que os cursos tenham melhor avaliação.”

São Paulo poderia treinar 9 mil médicos

A capacidade de residência nos hospitais paulistas é superior a 9,8 mil médicos. Entretanto, apenas 6,6 estão em treinamento.

Na Universidade de São Paulo existem 1,2 mil vagas, mas apenas 907 bolsas.

Na Universidade de São Paulo existem 1,2 mil vagas, mas apenas 907 bolsas.

Paciente sofre; profissionais têm credibilidade em jogo

Ser médico é um desafio. Boa parte reconhece que a especialização traz não só a chance de melhor colocação no mercado, mas a experiência no diagnóstico e tratamento.

Formando em Catanduva, o bauruense Daniel Seiji Kawai, 26 anos, faz residência em cirurgia geral no hospital Santa Marcelina, conveniado ao SUS, na Capital. Para conseguir a vaga prestou quatro residências públicas em São Paulo e Minas Gerais. Agora disputa com centenas de colegas a chance em cirurgia vascular.

“Minha escolha é por afinidade. Vou buscar ainda fazer outra residência em endovascular”, revela o médico. Ele aponta que muitos optam pelas residências que vão “render mais”, como dermatologia ou radiologia, deixando de lado especialidades vitais como cardiologia.

A atitude preocupa as autoridades. Muitos que não conseguem vaga acabam atuando sem especialização e conseguindo emprego em unidades básicas de saúde, em cidades pequenas e distantes, desvirtuando a prevenção, o ponto mais importante do processo.

“A emergência do país é saturada, porque a base é ruim e a tendência é piorar”, adverte a médica Maria do Patrocínio Tenório Nunes. “O povo percebe que não tem solução e infla o hospital universitário.”

Estruturas

No país das desigualdades, outra problemática levantada por médicos, é a disputa pelas vagas em hospitais na região sudeste, que concentra 63,5% dos residentes.

A maioria dos migrantes vêm do Norte e Nordeste, como Luiz Henrique Andrade Araújo, 27, formado na Universidade Federal de Recife. Faz residência em São Paulo e quer voltar para clinicar em Pernambuco. “Eu desceria de qualquer jeito”, diz. “A formação lá é boa, mas a estrutura para lidar com paciente é muito menor. Volto muito mais preparado.”

Ele gastou R$ 4 mil para conseguir uma vaga em urologia, fez oito provas e aguarda resultados.

HAC será centro de referência na área

Entre as unidades de residência médica na região de Bauru, o Hospital Amaral Carvalho, de Jaú, aguarda homologação da certificação de Hospital de Ensino, que o coloca como centro de referência em oncologia, nível máximo na hierarquia técnica da especialidade.

A medida também elevará o número de residências, que hoje atendem 14 médicos com residência 1 em cirurgia clínica completa.

Radiografias
Concorridas

As especialidades mais disputadas pelos jovens médicos são dermatologia, oftalmologia, ortopedia e radiologia

‘Desprezadas’

Na lanterna das escolhas e com menores relações candidato vaga estão cirurgia geral, cardiologia, reumatologia, pneumologia e medicina familiar

Desistências

O treinamento em serviço é custoso para a sociedade e ainda têm médico que desiste no meio do processo, deixando vaga em aberto e comprometendo sistema e carreira

Regimes

57,5% das residências no país são públicas e 42,5% em parceria com instituições privadas. 68,8% das faculdades estão nas capitais e 31,2% no interior

Verbas

A formação do médico especialista é financiada quase que totalmente com recursos públicos, independente da localização ou área do programa

Fontes: BOM DIA/Cremesp/USP

Ainda não é obrigatório, nem pré-requisito para exercer a profissão, mas os alunos do sexto ano de medicina de todas as escolas do Estado de São Paulo são convidados a fazer o exame do Cremesp de avaliação de ensino.

Metade dos alunos, cerca de mil, fizeram o teste e a média de acertos foi de 75,68% em questões de pediatria, ortopedia, ginecologia e obstetrícia, cirurgia geral, clínica médica, saúde pública e mental, bioética e ciências básicas. Eles também são avaliados em uma prova prática e o resultado foi considerado preocupante.

O aumento de denúncias de imperícia, imprudência e negligência motivou a avaliação da qualidade do ensino médico.

Uma pesquisa do conselho revela que em 2000, foram recebidas 2.226 denúncias; em 2005, o número passou para 3.855.


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