Demografia SP 2012


Introdução


A demografia médica é o estudo da população de médicos, determinada pela idade, gênero, tempo de formação, atuação especializada, fixação territorial, ciclo de vida profissional, migração, além de fatores externos como a demanda por necessidades de saúde, oferta de postos de trabalho, políticas e funcionamento do sistema de saúde, condições de saúde e de vida das populações.

A atual publicação trata da presença médica no Estado de São Paulo, trazendo dados inéditos e traçando paralelos com o conjunto do país e com referências internacionais.

Para garantir maior nível de detalhamento ao trabalho, e possibilitar comparações com outros indicadores de saúde, o estado foi dividido seguindo a repartição dos Departamentos Regionais de Saúde – recorte administrativo com o qual trabalha a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (mapa abaixo). Um Atlas mostra o perfil da demografia médica em cada Regional de Saúde. 



Outra contribuição deste trabalho é um levantamento da presença de médicos especialistas no estado. Pela primeira vez, um estudo considerou os registros de até três diferentes especialidades, uma vez  que cada profissional pode se habilitar em mais de uma, via conclusão de programa de Residência Médica ou obtenção de título em sociedade de especialidade médica.

Como se verá, os 645 municípios paulistas estão agrupados em 17 Departamentos, somando 41.277.639 de habitantes, segundo o Censo 2010 do IBGE. Um total de 98.374 médicos moram e atuam nesses municípios, de acordo com registros do Cremesp.

A Região Metropolitana, com seus 39 municípios, é a mais populosa e com maior número de profissionais no estado. Quase a metade da população (47,68%) e mais da metade dos médicos (59,59%) do estado estão na Grande São Paulo. Embora dez das 17 Regionais tenham mais de um milhão de habitantes, não se pode falar que nas últimas décadas tenha ocorrido um processo de interiorização. A menor das Regionais, em população, é a de Registro, no Vale da Ribeira, com 289.670 moradores.

O estudo se valeu de três fontes, cujos dados foram cruzados. A principal delas foi o banco do CRM paulista, de onde foram extraídas as informações cadastrais do médico registrado, como sexo, idade, data e local de formatura, local de residência etc.

Os dados permitiram a elaboração de mapas, figuras e tabelas mostrando onde estão os profissionais por Regionais do estado, como se verá no Capítulo 1. O acesso às séries históricas mostra o crescimento dos mais jovens e, entre eles, o avanço das mulheres. Há uma evolução, praticamente uniforme, do número de médicos e de habitantes na Grande São Paulo e no Interior. Entre os anos de 1980 e 2010, a razão médico-habitante do conjunto do estado foi sempre crescente, mas entre os Departamentos foram registradas diferenças significativas na velocidade desse crescimento.

Os três primeiros capítulos deste trabalho confirmam uma preocupação muito presente no estudo Demografia Médica no Brasil, ou seja, a desigualdade regional na distribuição de médicos.

Embora São Paulo seja o estado menos desigual da Federação, internamente, a Regional mais bem servida por profissionais (Ribeirão Preto) tem uma razão médico-habitante 4,23 vezes maior que a última do ranking, que é Registro.

É certo que essa desigualdade está longe de se comparar com as diferenças, por exemplo, entre os quatro estados onde há menos de um médico por 1.000 moradores, ou com as cinco capitais onde a taxa é de seis ou mais, como se verificou na Demografia Médica no Brasil.

As tabelas que mostram a razão médico/habitante desde 1980 revelam que ao longo dos últimos 30 anos são as mesmas as regiões paulistas com menor razão médico/habitante. Historicamente, se analisados outros indicadores, as cidades e Departamentos menos assistidos de médicos são aqueles com pior qualidade de vida e precárias condições econômicas.

Entre os municípios da região de Registro e o espigão da Avenida Paulista, em São Paulo – separados por 190 quilômetros – há um fosso de décadas a ser ultrapassado. O simples aumento do número de médicos certamente não daria conta desse enorme desafio.

Como se verá no Capítulo 3, em cinco décadas, o número de médicos paulistas cresceu mais de 1.300%. Nos últimos dez anos, a porcentagem de médicos no estado foi 4,39 vezes maior que a da população. Uma série de mapas revela concentrações e vazios de médicos no estado, com grande presença na Grande São Paulo, na região de Campinas e nas cidades polo como Santos e Ribeirão Preto.

Já o Capítulo 4 mostra que no Estado de São Paulo são 59.555 medicos com título de especia-lista, obtido junto à sociedade de especialidade médica e/ou após a conclusão de programa de Residência Médica. Mas o estudo conta 69.416 especialistas, pois 9.489 deles têm dois títulos de especialistas e 372 têm três títulos. Já 44,04% dos profissionais paulistas não têm título de especialista, muitos deles porque são jovens ainda em fase de especialização. O contingente maior é de médicos não titulados e em atividade há bastante tempo. Dos titulados, 65,65% estão concentrados em doze áreas. As especialidades básicas estão atraindo mais jovens, e entre eles, mais mulheres. Em quatro especialidades com mais médicos, entre 12% e 20% desses profissionais têm uma segunda especialidade.

Outra contribuição inédita deste levantamento é o Atlas por Regional de Saúde, detalhado no Capítulo 5. Além da localização, o Atlas traz as principais características de cada Departamento, o número de municípios, a razão de médicos por 1.000 habitantes, separando a cidade sede do resto da Regional. Traz ainda um perfil dos médicos de cada região, gênero, idade média, estado de graduação, se estudou em escola pública ou privada. Em três Regionais, a maioria se formou em outros estados. O Atlas ainda mostra o número de especialistas e generalistas em cada Departamento de Saúde, a porcentagem de cada grupo em relação ao estado, assim como a razão entre especialistas e generalistas.

O relatório a seguir, esforço conjunto do Cremesp e do CFM, é um suplemento com recorte estadual, parte da Demografia Médica no Brasil, um amplo estudo nacional que prevê nos próximos anos diversas etapas e desdobramentos.

Mário Scheffer
Coordenador da pesquisa Demografia Médica no Brasil


Demografia Médica do Estado de São Paulo (Suplemento da Demografia Médica no Brasil), Relatório de Pesquisa/Dezembro  de 2012. Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo/Conselho Federal de Medicina.  

 



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